Todos já haviam notado, mas, nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou: o preço do tomate quase dobrou no último mês, influenciando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A boa notícia é que, na primeira semana de agosto, já é possível perceber que o valor cobrado pelo fruto começa a voltar ao normal. A aposentada Léa Alves percebeu a diferença.
? Os legumes estavam caríssimos, mas estão diminuindo nesta semana. O tomate continua com o preço alto. Então, o jeito é economizar. Estou usando muito mais o molho de tomate ? ensinou a aposentada.
Para Paulo Henrique dos Santos, gerente do Hortifruti Nobre Tijuca, o consumo de tomate caiu com o aumento.
? É claro que, com esse preço, os clientes compram menos, mas isso é igual em todo lugar. A gente não diminuiu a quantidade que comprava e encalhou um pouco, mas estamos voltando a vender normalmente ? disse.
O desempregado Antônio Carlos Galdeano admite que a única solução é economizar dentro de casa:
? Antes, a gente levava quase o dobro de tomates e podia comer bem mais. Agora, estou levando só quatro. É o jeito. Ninguém tem dinheiro sobrando.
Vilão do índice
O tomate ficou 94% mais caro em julho e foi o principal responsável pelo aumento do IPCA, que mede a inflação nos preços dos produtos. O índice subiu 0,43% em relação ao mês anterior. Outros alimentos da cesta básica, como cenoura, alho e feijão, também puxaram o índice. Na hora de cozinhar, cada um precisa dar seu jeito.
? Tive que reduzir a quantidade de tomate na salada, se não o dinheiro não chega ao fim do mês ? afirmou a aposentada Inês Carvalho.