O empresário Eike Batista anunciou na noite desta quarta-feira - em palestra na conferência O Brasil no novo Cenário Global, promovida peo Ibmec no campus da Barra da Tijuca -, que revelará, nesta quinta, o nome de um novo sócio do Grupo EBX. Ele disse se tratar de um companhia industrial dos EUA, do setor petrolífero, que aportará US$ 300 milhões para aquisição de 0,8% da EBX. Segundo Eike, o novo sócio terá importância estratégica para o Porto do Açu, em construção em São João da Barra, no Norte Fluminense.
O empresário disse, ainda, que até setembro deverá ter um novo sócio, asiático, que fará aporte para o grupo de US$ 500 milhões. Eike também preferiu manter em segredo o nome do grupo com o qual negocia.
Em março, o empresário brasileiro abriu pela primeira vez o capital da holding EBX para um sócio, ao fechar com a Mubadala Development Company, empresa de desenvolvimento e investimento estratégico de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes, a venda de 5,63% do capital da Centennial Asset Brazil Equity Fund LLC e em outras holdings offshore do empreendedor por US$ 2 bilhões.
Durante a participação na conferência, Eike, o homem mais rico do Brasil com uma fortuna de US$ 30 bilhões, segundo a revista ?Forbes?, também revelou a ideia de adotar uma favela do Rio:
? Por que não? É uma provocação que faço às construtoras em geral, empresários, que deveriam pensar não somente nos seus negócios, mas também no seu entorno.
Assim como no evento do qual participou no dia anterior, o Rio Investors Day, Eike voltou a disparar críticas. Um dos alvos foi o ex-prefeito do Rio Cesar Maia. O empresário disse ficar irritado sempre que passa pela Cidade da Música, na Barra, obra executada durante a gestão do ex-prefeito:
? Olha a idiotice que é a Cidade da Música. Não consigo ver essa geringonça. Dá raiva. É dinheiro que ele tinha (Cesar Maia) que poderia ter saneado todas as favelas da Barra da Tijuca.
Eike também voltou a criticar o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, como no Rio Investors Day. Repetiu:
? Há cinco anos, quando eu chegava para fazer minhas apresentações no exterior, Gabrielli dizia que eu nunca iria achar petróleo. E eu achei.
O bilionário não poupou críticas a diversos empresários e governantes e setores da economia. Criticou os governos que não recuperam as rodovias com um serviço de melhor qualidade, assim como criticou também o sistema de comunicações. Para Eike, os empresários precisam pensar no que ele chamou do entorno, além de seus projetos.
? Todo mundo acha que o Eike Batista não precisa pegar dinheiro no BNDES. Eu estou construindo um Brasil aqui, e meu dinheiro não está numa piscina em casa. Meu capital é todo produtivo. Está todo ali (referindo-se ao Porto do Açu). Estou construindo isso para os brasileiros. Eu podia estar morando em qualquer lugar do mundo sem fazer nada. Duvido alguém fazer ? desafiou Eike.
Referindo-se ao fato de que apenas 4% das bacias sedimentares brasileiras são conhecidas, Eike disse que só uma Petrobras não dá conta para se desenvolver toda a exploração:
? Uma Petrobras só não dá conta de tudo isso. Se tivessemos só uma Telebrás, não sei se todo mundo aqui teria um telefone celular. Temos quatro ou cinco empresas operando e, mesmo assim, estão devendo, porque não tem 4G. Cadê a eficiência aí? Está faltando eficiência.
O empresário continuou disparando críticas ao afirmar que, se ele fosse de carro do Jardim Botânico à Barra da Tijuca, levaria três horas para chegar ao destino:
? Não entendo como não usam as hidrovias. Fazer um atracador, com métodos modernos, eficientes, não tão caros. Poderia se fazer um atracador aqui no Rio. O meio de transporte mais barato e eficiente é o marítimo, e aqui parece que não existe. É inacreditável, triste.