O dólar fechou a sessão desta quarta-feira em alta, ainda refletindo o relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) que apontou o Brasil entre os mais vulneráveis na crise dos emergentes. O documento foi divulgado nesta terça-feira, mesmo dia que a nova presidente da instituição, Janet Yellen, sinalizou que o corte gradual dos estímulos à economia americana será mantido. A moeda também foi impulsionada pelas preocupações com o setor de energia diante da estiagem no País. A questão energética, aliada a um movimento técnico e à alta do dólar, conduziu durante todo o dia o desempenho dos juros, que terminaram com avanço.
Ao término da negociação, o dólar subiu 0,83% no mercado à vista de balcão, cotado a R$ 2,4230, no maior patamar do dia. No mercado futuro, o dólar avançava 0,83%, a R$ 2,4330.
O dólar chegou a reduzir pontualmente a alta no mercado de balcão no início da tarde, depois de dados mostrarem que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 46 milhões na primeira semana de fevereiro. O Banco Central informou que o resultado da conta cambial decorreu de entradas financeiras de US$ 1,467 bilhão menos o saldo comercial negativo em US$ 1,421 bilhão.
No entanto, nas últimas hora do pregão, o dólar acelerou os ganhos e renovou máximas consecutivas. Operadores do mercado disseram que o fortalecimento da moeda à tarde foi resultado das preocupações com as dificuldades do setor energético brasileiro, que aprofundam as vulnerabilidades do País destacadas ontem pelo relatório do Fed.
Segundo um gerente de câmbio de uma corretora, uma eventual crise energética no País elevaria custos de produção de energia por meio de termoelétricas, o que poderia resultar em aumento de tarifas ao consumidor (de cerca de 4,6%), o que certamente adicionaria pressão sobre a inflação.