A antecipação do 13º salário a 25,6 milhões de aposentados e pensionistas, que deverá ser paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até a próxima segunda, deve injetar antecipadamente na economia nacional cerca de R$ 11,2 bilhões. Para aqueles que recebem este dinheiro, a perspectiva de melhor investimento até o final de 2012 é a poupança, dizem os especialistas.
Apesar de ter perdido rentabilidade com a queda da taxa básica de juros (Selic), não requer pagamento de Imposto de Renda (IR) e o capital pode ser retirado a qualquer momento. Em longo prazo, os analistas sugerem investimentos em fundos imobiliários e bolsa de valores. No entanto, antes de investir, eles recomendam: quite todas as suas dívidas.
"Primeiro é preciso eliminar as dívidas mais caras, principalmente aquelas de cartão de crédito. Mas quem pretende investir e vai tirar o capital até dezembro, não tem opção melhor que a poupança, pois não é preciso pagar IR e a liquidez é imediata", afirma o consultor de finanças pessoais e diretor da Projeção.com, Ricardo Borges.
"A melhor aplicação depende do capital, do tempo de investimento e da finalidade do recurso. Mas antes de tudo é necessário quitar as dívidas para parar de pagar juros", afirma o educador financeiro Mauro Calil.
Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, concorda que o melhor investimento para aqueles que querem guardar o dinheiro em curto prazo é a poupança, já que em aplicações como o Tesouro Direto com retirada inferior a 180 dias (seis meses) é preciso pagar alíquota de 22,5% de IR sobre os rendimentos. Segundo ele, quem vai precisar desse dinheiro para além de 2012, deve considerar aplicar em ações.
"Com a queda da Selic, ações de empresas que pagam bons dividendos são uma opção interessante de investimento. Os fundos imobiliários também estão com uma remuneração acima de outros investimentos."
O diretor-presidente do instituto de pesquisas Fractal, Celso Grisi, concorda que para quem vai investir por pelo menos 12 meses os fundos imobiliários são uma opção interessante. Nesse tipo de investimento, parecido com "condomínios fechados", um grupo de pessoas adquire, em conjunto, imóveis comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou em construção, que serão geridos pelo fundo. De acordo com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o investidor compra cotas, um "pedaço" do empreendimento, e se torna sócio de um shopping, de um prédio ou de outro grande empreendimento.
"Para investimentos em longo prazo os fundos imobiliários devem ser considerados, mas sempre analisando com cuidado o tipo de empreendimento e a rentabilidade, que atualmente é consideravelmente maior do que a da poupança", afirma Grisi. "A lucratividade dos fundos imobiliários atualmente é superior a outros investimentos, desde que escolhido o fundo certo", completa Vieira.
Para quem prefere investimentos mais tradicionais, mas não precisa tirar o capital antes de um ano de aplicação, uma maneira de garantir rendimentos são os títulos do Tesouro indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, acrescido dos juros definidos no momento da compra.
"Assim eles se protegem da inflação e ainda garantem um ganho", diz o economista. Vale lembrar, que os juros compactuados com o Tesouro só são garantidos se o investidor mantiver a posse dos títulos até a data de seu vencimento. Atualmente, o título mais "curto" deste tipo negociado pelo Tesouro vence só em maio de 2015.