?s v?speras da elei??o presidencial, a popula??o, indignada com a alta nos pre?o, faz um boicote ao tomate. Um embrulho discreto, com dois ou, no m?ximo, tr?s tomates ser? distribu?do ao p?blico durante toda a semana. ? a forma de protestar contra o aumento do produto, o mais novo vil?o da infla??o argentina.
Ao todo, 600 supermercados aderiram ao boicote e anunciaram que n?o v?o comprar tomates at? que o pre?o atinja um n?vel razo?vel. O presidente de uma organiza??o de defesa do consumidor diz que o tomate chegou a 18 pesos o quilo, o equivalente a cerca de R$ 10? quando, segundo o governo, o pre?o m?ximo ? de 3,99 pesos (R$ 2,3).
Para Pedro Buzetti, o governo tem que intervir para acabar com a pol?tica abusiva dos empres?rios. Suzana Andrada, de outra entidade, convocou os consumidores a n?o consumir tomate at? a pr?xima sexta-feira. Uma cliente concorda e diz que n?o paga 18 pesos nem louca.
O protesto ? uma rea??o de consumidores e pequenos comerciantes contra a alta do custo de vida na Argentina. Pelos ?ndices oficiais do governo, a infla??o mensal nunca ? maior do que 1%. Mas o pre?o do tomate ? um bom exemplo de que esse patamar j? foi ultrapassado faz tempo.
Pelo gr?fico do Indec, o IBGE argentino, de fevereiro a agosto, a infla??o m?xima na capital e Grande Buenos Aires foi de 0,8%. O Indec tamb?m mede a taxa de infla??o em Mendoza e em San Luis. Mas os governos dessas prov?ncias resolveram fazer medi?es independentes, que mostram outro comportamento da infla??o, j? passando dos 3% em agosto.
O presidente da Argentina, N?stor Kirchner, considera que o ?ndice do Indec ? correto e normal. Enquanto isso, mais gente adere ao boicote contra o tomate. Em um cartaz ir?nico, um dono de uma mercearia faz um apelo aos consumidores para que n?o comprem o produto. Um grupo de brasileiras, que est? a passeio em Buenos Aires, ficou surpresa com o pre?o.
?Nunca vi um tomate t?o caro. No Brasil, n?o passa de R$ 1 o quilo. Est? muito caro. Um absurdo?, disse uma brasileira.