A arrecadação federal ? que inclui impostos, contribuições federais e demais receitas, como os royalties ? somou R$ 465,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou nesta terça-feira (19) a Secretaria da Receita Federal.
De acordo com o órgão, o valor é recorde para os seis primeiros meses de um ano. Na comparação com o mesmo período de 2010, o crescimento real da arrecadação (com valores já corrigidos pela inflação) foi de 12,68%. A série histórica da Receita tem início em 1995.
Sobre o primeiro semestre do ano passado, o crescimento da arrecadação foi de R$ 77 bilhões. Isso sem a correção, pela inflação, dos valores arrecadados no ano passado. Este crescimento foi contabilizado com base no que efetivamente ingressou nos cofres da União.
Para todo este ano, a previsão de crescimento real da arrecadação, que estava entre 9% e 10% de expansão, passou para uma taxa de elevação de 10,5%, segundo o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto.
Mês de junho
Ainda de acordo com dados do Fisco, a arrecadação federal somou R$ 82,7 bilhões em junho deste ano e, com isso, bateu novo recorde histórico para este mês. A série histórica da Receita tem início em 1995.
A Receita Federal informou ainda que este é, pelo menos, o sexto mês consecutivo no qual a arrecadação bate recorde na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Na comparação com junho de 2010, o crescimento real da arrecadação (com valores já corrigidos pela inflação) foi de expressivos 23%. Com isso, o ritmo de crescimento da arrecadação voltou a se acelerar no mês passado, visto que, em maio, a taxa de expansão foi de 7,18%.
Contribuiu para este forte crescimento da arrecadação em junho do Refis da Crise, que arrecadou R$ 6,7 bilhões no mês passado, contra R$ 775 milhões em maio e R$ 671 milhões em junho de 2010.
A Receita Federal lembrou que houve, em junho, consolidação e antecipação de pagamento relativo aos débitos das empresas no Refis da Crise - parcelamento aberto pelo governo federal.
Crescimento econômico
O principal fator que explica o crescimento da arrecadação em junho, no acumulado deste ano, é a manutenção do crescimento da economia.
Embora em ritmo menor, visto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5% em 2010, a economia segue crescendo neste ano. A previsão dos economistas para este ano é de uma taxa de expansão próxima de 4% em 2011.
A produção industrial, por exemplo, cresceu 1,91% no primeiro semestre deste ano, enquanto o volume geral de vendas subiu 13,3% e a massa salarial avançou 15,47%.
Reflexo nos impostos
Com a manutenção da economia em crescimento, o reflexo apareceu na arrecadação federal. Com o IPI de Automóveis, por exemplo, governo arrecadou 45,8% a mais no primeiro semestre deste ano. Esse aumento decorre, também, da recomposição da alíquota em março de 2010.
No caso do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o aumento real da arrecadação foi de 25,8% nos seis primeiros meses do ano por conta da tributação do lucro obtido na alienação de bens e direitos. Também subiu a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, que avançou 18,6% nos de janeiro a junho deste ano.
O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), cuja alíquota para cartões de crédito no exterior, e empréstimos de empresas lá fora subiu neste ano, a arrecadação cresceu 14,7% no primeiro semestre de 2011. Esse aumento, segundo a Receita, também se deve ao crescimento das operações de crédito.