Banco Central monitora impacto das bets no endividamento dos brasileiros

Ainda segundo o presidente do BC, missão da instituição é 'tentar ajudar o governo com algo que pode ser um possível problema à frente'.

Campos Neto | Reprodução
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (26) que a instituição está atenta ao impacto das apostas esportivas, conhecidas como "bets", no endividamento dos brasileiros. 

Um levantamento recente do BC revelou que os cidadãos estão gastando cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024. 

"A maior parte dos gastos é feita por PIX, enquanto o uso de cartão de crédito representa apenas 10% a 15%. Quando o cartão é bloqueado, as pessoas podem optar por carteiras digitais, algo que também estamos monitorando", comentou o presidente do Banco Central.

Segundo ele, o BC ainda está avaliando qual é o impacto das bets no mercado de crédito e, consequentemente, no nível de endividamento da população. "Se houver inadimplência na ponta, temos que ver o que vai representar para o BC [na definição da taxa de juros]", declarou.

"Nossa missão é tentar ajudar o governo com algo que pode ser um possível problema à frente. Fazer alguma coisa para educar as pessoas que estão fazendo as bets. E como isso impacta nossa função reação [de definir os juros para conter a inflação]", acrescentou Campos Neto.

Segundo os dados, aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas online, realizando pelo menos uma transferência via PIX durante o período analisado.

A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, mas a prática se espalha por diferentes faixas etárias. O valor médio das transferências mensais aumenta com a idade: os mais jovens gastam cerca de R$ 100 por mês, enquanto indivíduos mais velhos ultrapassam os R$ 3 mil mensais em apostas.

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