O Banco Central (BC) divulgou a Ata do Copom nesta terça-feira (26), reafirmando a expectativa de que os juros continuarão a diminuir em meio ponto percentual nos próximos encontros do Comitê de Política Monetária (Copom). Essa sinalização já havia sido dada no comunicado da semana passada, quando a taxa de juros caiu de 13,25% para 12,75%.
A novidade na Ata foi a ênfase nas preocupações do BC em relação ao governo federal e os potenciais riscos de "desaceleração no esforço de reformas estruturais". A entidade monetária alertou que essa desaceleração poderia aumentar a taxa neutra da economia, estabelecendo um patamar mais alto para a taxa de juros necessária para controlar a inflação.
O documento destacou a preocupação com o cenário fiscal, enfatizando a importância da execução das metas fiscais para ancorar as expectativas de inflação. O governo tem como meta zerar o déficit nas contas públicas até 2024, uma meta que enfrenta ceticismo no mercado financeiro e pressão política interna.
A Ata também reiterou a intenção do BC de continuar reduzindo os juros a um ritmo constante de 0,50 ponto percentual, afirmando que uma aceleração desse processo seria "pouco provável".
Inflação
No que diz respeito à economia brasileira, a Ata mencionou o amplo debate sobre o cenário doméstico, incluindo a elevação da renda das famílias e seu potencial impacto na inflação. O BC está preocupado com um possível aumento da inflação de serviços devido ao crescimento sustentado da renda e do consumo.
O mercado de trabalho também foi discutido na Ata, com divergências entre os diretores sobre a moderação ou o aquecimento do mercado de trabalho e seu possível impacto na inflação.
As expectativas do mercado continuam sendo uma preocupação para a entidade, que mencionou a incerteza fiscal, a desinflação global e a percepção de analistas sobre sua atuação no combate à inflação.
Quanto ao cenário externo, o BC destacou fatores como fenômenos climáticos, a guerra na Ucrânia e as políticas de preços de petróleo como riscos que podem gerar pressões inflacionárias de oferta.
A instituição busca implementar uma estratégia de "pouso suave", controlando a inflação sem provocar uma recessão severa. As projeções indicam uma queda na Selic para 11,75% até o final deste ano, chegando a 9% em dezembro de 2024, com mais redução para 8,5% em 2025. A estratégia parece estar funcionando, visto que as projeções para o PIB já subiram para 2,92% neste ano.
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