BC afirma que estará “especialmente vigilante” na forma política monetária

O Banco Central acelerou o passo do aperto monetário na semana passada e elevou a Selic em 0,50 ponto percentual

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O Banco Central (BC) informou que a política monetária deve se manter especialmente vigilante em momento como o atual, segundo ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira (6).

O BC informou ainda que agirá com a "devida tempestividade" para combater a inflação e que entende ser apropriada a intensificação do ritmo de ajuste das condições monetárias que estão em curso.

O Banco Central acelerou o passo do aperto monetário na semana passada e elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano, na semana passada.

A decisão foi unânime e tomada para "colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", segundo nota divulgada pelo BC.

O governo vinha tomado medidas para reduzir os juros diretos ao consumidor. A onda de cortes de juros nos bancos começou no início de abril do ano passado, com os bancos públicos, e continuou com os bancos privados.

A preocupação com os juros é que eles dificultam o crescimento da economia. Com juros mais altos, as empresas investem menos, porque fica caro tomar empréstimos para produção, e as pessoas também reduzem seus gastos, porque o crediário fica mais caro. Essa situação deixa a economia com menos força.

Por outro lado, com juros mais baixos, há mais consumo e mais risco de inflação, porque as pessoas compram mais e nem sempre a indústria conseguir produzir o suficiente. Quando há falta de produtos, a tendência é que eles fiquem mais caros.

A taxa básica de juros orienta o restante da economia, mas há pouco impacto na vida prática de quem precisa usar o cheque especial ou cartão de crédito. Analistas dizem que essas taxas são tão altas que pequenas variações na Selic são incapazes de aliviar ou pesar no bolso no dia a dia.

Antes do início do governo Dilma, a Selic estava em 10,75%. No primeiro mês dela (janeiro de 2011), subiu para 11,25%.

A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação ou estimular a economia. Quando a taxa cai, estimula o consumo. Quando sobe, reduz a atividade econômica porque os empréstimos e as prestações ficam mais caros.

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros, mas a Selic já era usada como indicador desde 1986.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

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