A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve uma queda acentuada nesta segunda-feira (18), puxada, principalmente, pelas ações da blue chip OGX Petróleo, do empresário Eike Batista - que caíram mais de 17%. A aversão ao risco no exterior, depois que S&P colocou o rating norte-americano em perspectiva negativa, e preocupações com a possibilidade de a Grécia solicitar uma reestruturação de dívida também minaram o humor de investidores.
O Ibovespa recuou 1,90%, aos 65.415 pontos. O volume financeiro atingiu R$ 9,99 bilhões, em dia de exercício de opções sobre ações.
Os papéis da OGX recuaram 17,25%, fechando o pregão desta segunda-feira a R$ 16,26. A queda foi reflexo da decepção do mercado com o relatório da certificadora DeGolyer and MacNaughton (D&M) sobre as reservas da companhia, divulgado na sexta-feira (15).
As ações da OGX foram as mais negociadas dentro da carteira do Ibovespa, com 22,52% do volume de transações do dia.
Logo pela manhã, mesmo antes da abertura da bolsa, relatórios negativos de analistas sobre os dados da D&M já circulavam no mercado, como os do BTG Pactual, Santander e Deutsche Bank, que revisaram para baixo o preço-alvo e a recomendação para a empresa.
Segundo o analista Marcus Sequeira, do Deutsche, a análise da D&M incluiu recursos "que têm um grau maior de incerteza do que em análises anteriores".
Entre os demais ativos de maior peso sobre o Ibovespa, o dia também foi de queda. Vale PNA recuou 1,10%, a R$ 45,15; Petrobras PN caiu 3,96%, a R$ 25,48; Itaú Unibanco PN teve desvalorização de 1,05%, a R$ 36,59; e BM&FBovespa ON perdeu 0,43%, a R$ 11,55.
Cenário externo
O dia já prometia ser ruim desde o início, após a China ter elevado os níveis de depósitos compulsórios dos bancos pela quarta vez este ano, para tentar conter o ritmo da economia.
Na Europa, investidores também repercutiram declarações de autoridades econômicas da zona do euro de que a Grécia pode ser forçada a uma reestruturação de sua dívida e temores de que Portugal não receba ajuda financeira.
Mas o que parecia ruim ficou pior quando a agência de classificação Standard & Poor"s avisou ter colocado o rating triplo A dos Estados Unidos em perspectiva negativa.
A S&P afirmou que os EUA são o único país desenvolvido que emergiu da crise sem um plano de contenção de gastos no médio prazo. "E problemas políticos no Congresso tornam difícil a criação desse plano, uma vez que democratas e republicanos têm ideias diferentes de como implementá-lo", comentou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.