Brasil cresce acima da média em meio a desaceleração da economia global, aponta ONU

O relatório da ONU revela uma perspectiva mais otimista para alguns países, incluindo o Brasil, bem como China, Japão, México e Rússia.

Vista aérea de São Paulo, Brasil | Unsplash/Lucas Marcomini
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A análise mais recente da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) indica uma desaceleração do crescimento econômico global, projetando uma queda de 3% de 2022 para 2,4% em 2023, com poucos indícios de recuperação em 2024.  O relatório divulgado pela ONU revela uma perspectiva mais otimista para alguns países, incluindo o Brasil, bem como China, Japão, México e Rússia, que devem experimentar melhorias em seus números.

No Brasil, as estimativas da Unctad sugerem um crescimento acima da média em 2023, podendo atingir 3,3%, seguido por uma desaceleração em 2024, com um aumento previsto de 2,3%. A revisão para cima do crescimento brasileiro é a mais significativa entre as economias avaliadas pela agência da ONU.

A Unctad destaca o impulso do crescimento econômico brasileiro devido ao aumento das exportações de commodities e uma boa safra na agricultura. No entanto, a demanda em declínio está retardando esse avanço, influenciada pelos efeitos tardios do aperto monetário iniciado no final de 2021 e pelo aumento da dívida privada durante a crise da Covid-19, especialmente entre as famílias.

Na América do Sul, a Argentina enfrenta uma trajetória negativa, marcada por recessão e inflação acelerada, exacerbada pela seca que aumentou os preços dos alimentos e da energia, afetando o poder de compra das famílias, principalmente os segmentos mais pobres da população. A moeda argentina também enfrenta desvalorização devido à inflação, gerando uma busca por moeda estrangeira.

A necessidade urgente de reformar o sistema financeiro global, implementar políticas mais eficazes para combater a inflação, a desigualdade e a dívida soberana, além de uma supervisão mais rigorosa dos mercados críticos, é destacada pela Unctad. A secretária-geral da organização, Rebeca Grynspan, enfatiza a importância de evitar erros políticos do passado e a necessidade de uma abordagem equilibrada que combine políticas fiscais, monetárias e medidas do lado da oferta para garantir a sustentabilidade financeira, além de promover investimentos produtivos e a criação de empregos de qualidade.

Embora os Estados Unidos tenham desafiado previsões pessimistas e devam manter uma economia estável, há preocupações persistentes sobre investimentos, especialmente devido às altas taxas de juros prolongadas. Enquanto isso, na Europa, a recessão parece iminente, com uma rápida implementação de políticas monetárias mais restritivas, enquanto na China, apesar dos sinais de recuperação em relação ao ano anterior, a demanda interna continua fraca.

A desigualdade econômica permanece como um desafio significativo, afetando de forma desproporcional os países em desenvolvimento, ameaçando a frágil recuperação econômica e os esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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