Um novo relatório da Unctad, "braço" das Nações Unidas que analisa o comércio exterior e o desenvolvimento, mostrou que o Brasil será o quarto destino preferido no mundo para o investimento estrangeiro direto de grandes empresas entre os anos de 2009 e 2011, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (22).
O Brasil aparece atrás de China, EUA e Índia na lista, mas à frente da Rússia. Embora o "top five" entre os principais destinos de investimento inclua os mesmos países da última edição, o Brasil subiu uma posição no ranking, passando da quinta para a quarta colocação, superando a Rússia. Os EUA passaram para a segunda colocação, à frente da Índia. Bric e América Latina De acordo com os dados da Unctad, os chamados países Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) continuam entre as prioridades dos investidores por conta "do considerável crescimento de seu mercado, do acesso à mão-de-obra barata e, em alguns casos, a recursos naturais".
Por isso, de uma maneira geral, segundo o relatório, essas nações vêm atraindo mais investimentos. Em 2008, de acordo com o relatório, a alta no Brasil foi de 30,3%, para um total de US$ 45,1 bilhões. Na Índia, o crescimento do investimento estrangeiro direto total foi de 85,1% no ano passado, para US$ 46,5 bilhões.
Depois da Ásia Ocidental, a América Latina aparece como a segunda região a ser mais procurada por grandes empresas internacionais, "apesar de suas limitadas perspectivas de crescimento do PIB". Entre os 30 países que terão mais prioridade para receber investimento estrangeiro entre 2009 e 2011, quatro são da América Latina: Brasil, México, Chile e Peru.
Efeitos da crise
De acordo com o estudo, as grandes multinacionais foram "duramente atingidas" pela crise econômica. No levantamento do ano passado, 40% das empresas disseram ter sido afetadas pela crise. Neste ano, a quantidade de companhias que reclamaram da desaceleração da economia chegou a 85%. Com o ambiente de negócios mais instável, 58% das empresas afirmam que foram obrigadas a reduzir seus investimentos diretos internacionais em 2009. A expectativa entre os grandes empresários é que haja um início de recuperação em 2010 e uma retomada mais intensa a partir de 2011.