O Brasil é o lugar mais caro para ter um celular pré-pago entre todos os países da América Latina e do Caribe. Aqui a tarifa média para esse tipo de serviço gira em torno de R$ 79 (US$ 45), ou 20 vezes maiores do que os custos na Jamaica, o mais barato da região: R$ 3,83 (US$ 2,21).
O estudo, divulgado nesta terça-feira (6), foi feito pelo Dirsi (Diálogo Regional sobre a Sociedade da Informação) nos 20 países da região no ano passado. O órgão reúne pesquisadores e profissionais da área de Tecnologia da Informação.
O custo da telefonia leva em conta o valor do consumo do pacote mínimo da telefonia durante um mês: uma chamada pré-paga (local e de longa distância) de dois minutos e um SMS (mensagens de texto) por dia. Os valores em dólares foram convertidos pela reportagem do R7 com o dólar valendo R$ 1,76 (pela cotação desta terça).
Honduras, que aparece logo depois do Brasil entre os mais caros, cobra cerca de R$ 45 (US$ 25,69) pelo mesmo ?pacote básico?. Na outra ponta estão Jamaica, Costa Rica e Paraguai (US$ 6 ou R$ 10,56) com as menores tarifas. O preço médio da telefonia pré-paga na região ficou em R$ 42 (US$ 24).
O pesquisador Hernán Galperín, responsável pelo levantamento, diz que os dados mostram que a telefonia móvel, principalmente a pré-paga, não depende da renda do consumidor, sendo que as classes baixas é que dominam o uso desse mercado na maioria dos países pesquisados.
Mais caro do mundo
Em geral, as tarifas na América Latina e no Caribe são mais altas do que em outros países ? o que pode fazer do Brasil o mais caro do mundo em matéria de preços da telefonia.
Nas nações ricas que fazem parte da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os preços ficam perto dos R$ 22 (US$ 13). Na Ásia, esse valor não passa dos 12,3 (US$7).
- Os altos preços na região são resultado direto da grande concentração das empresas e dos impostos cobrados pelos governos. Uma mudança nesses cenários elevaria em muito a qualidade e derrubaria os preços aos consumidores.
Para o especialista, uma competição maior entre as empresas de telefonia poderia ser o melhor caminho para essa melhoria.
- Implementar a portabilidade numérica e reservar frequências de operação para novas empresas entrarem no mercado, por exemplo, além de reduzir os impostos sobre esses serviços é o que os países mais pobres precisam.
A América Latina aumentou em 80% o número de linhas telefônicas no ano passado, mas ainda fala menos tempo ao telefone que a população asiática ou europeia. Por aqui, a média de uso do celular ficou em 116 minutos por mês no último trimestre de 2009. Na África, essa média é de 129 minutos, e salta para 290 na Ásia-Pacífico.