Brasil envia delegação à Argentina para destravar comércio de veículos

As empresas do setor automotivo do Brasil dizem que suas exportações caíram 32%.

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O governo brasileiro envia uma delegação à Argentina, na terça-feira (22), na tentativa de retomar as exportações de veículo ao país.

A missão será encabeçada pelo ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Mauro Borges. As empresas do setor automotivo do Brasil dizem que suas exportações caíram 32%.

De repente, quando Cristina Kirchner pensava estar na próxima quarta-feira (23) em São Paulo junto com Dilma Rousseff, a falta de espaço na agenda da presidente do Brasil e a forte demanda do setor automotivo por causa da queda das exportações para a Argentina derivaram em uma agenda diferente.

Na terça-feira (22), por instruções de Dilma, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Mauro Borges, virá à Argentina para negociar a liberação "urgente" da entrada de automóveis no país.

Anfavea

De acordo com o que foi informado pela imprensa brasileira, o pedido chegou diretamente a Dilma em uma reunião que ela teve com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, e com os representantes de 29 empresas afiliadas.

Moan saiu da reunião de duas horas com Dilma dizendo que as restrições às importações dos produtos do Brasil na Argentina --um dos assuntos bilaterais mais ríspidos e sensíveis-- tiveram um forte impacto nos envios do setor.

No primeiro trimestre, as exportações para a Argentina caíram 32% em relação ao mesmo período de 2013.

"É um prejuízo muito alto", disse o presidente da Anfavea, de acordo com a Agência Brasil. Segundo ele, como as exportações representam 20% do total de suas vendas, o impacto global dessa queda foi de aproximadamente 7%. O caso argentino foi discutido inclusive nesta semana com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Na reunião com Dilma, segundo Moan, os representantes expuseram seus problemas a respeito de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas.

"A presidente demonstrou um grande interesse em conhecer em profundidade nosso setor e pediu que a questão das exportações fosse tratada em conjunto pelo Ministério da Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior".

O jornal Clarín confirmou com o governo do Brasil a viagem de Borges para manter reuniões bilaterais com seus pares na Argentina.

No Brasil informaram que também viria o secretário executivo do Ministério de Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, enviado direto de Mantega.

Fluxo

Os brasileiros colocarão sobre a mesa o memorando de entendimento assinado no dia 28 de março com os argentinos, que busca ferramentas para melhorar o fluxo comercial bilateral, que continua caindo.

O acordo foi assinado por Borges e pelo ministro da Economia, Axel Kicillof, em Costa do Sauípe, na Bahia, durante a assembleia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

"O acordo necessita ajustar a linha de financiamento da exportação brasileira para a Argentina para que seja funcional", disse Moan à imprensa.

Na Argentina, nenhuma autoridade deu informação sobre esta nova crise. Nem em março nem agora. Só haviam informado das intenções de Cristina de estar em São Paulo para inaugurar uma nova Casa da Argentina no Brasil. No entanto, até segunda ordem, só serão intenções.

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