As reservas internacionais brasileiras atingiram R$ 423 bilhões (US$ 239,05 bilhões) em 2009, 15,6% mais que o registrado em 2008, informou o Banco Central nesta quinta-feira (12). Com esse valor, o Brasil aparece na nona posição entre os países com os maiores cofres do mundo e só fica atrás de China, Japão, Rússia, Arábia Saudita, Taiwan, Coreia do Sul, Índia e Hong Kong.
O dinheiro das reservas internacionais funciona como um colchão para suavizar possíveis impactos de crises, como a que estourou em 2008 e afetou praticamente todas as economias mundiais. É como se fosse uma poupança, que pode ser usada em caso de urgência, principalmente quando falta dinheiro no mercado.
As reservas internacionais são formadas a partir da entrada de dinheiro no país, seja por meio das exportações (vendas de mercadorias e matérias-primas para outros países), seja pelo ingresso de grana para investimentos.
Com essa reserva, o BC consegue evitar a desvalorização repentina da moeda brasileira, o real, que ocorre quando os investidores internacionais, desconfiados com o futuro da economia do país, resolvem sair do mercado brasileiro todos de uma vez. Nesse caso, o governo pode usar o seu cofre. Basicamente ele pega esse dinheiro, que são dólares, e vende no mercado, o que impede que haja desvalorização da moeda brasileira.
Se há menos dólares em circulação, a moeda americana sobe e a brasileira cai. Já, quando aumenta a oferta de dólares, o dinheiro dos EUA fica mais barato e o do Brasil, valoriza.
De acordo com o Banco Central, o aumento das reservas brasileiras no ano passado ?foi possível com a estabilização dos mercados financeiros, notadamente o restabelecimento da liquidez internacional?, ou seja, o volume de dinheiro em circulação no mundo.
O valor divulgado nesta quinta-feira considera os dólares que o BC tem a receber dos bancos pelos empréstimos em moeda estrangeira realizados durante a recente crise financeira internacional.
O montante guardado em 2009 está dividido assim: 81,9% em dólares americanos, 7% em euros, 3,7% em libras esterlinas, 3,5% em dólar canadense, 1,9% em dólar australiano e 2% em outras moedas, como o iene japonês.
Rentabilidade
A rentabilidade das reservas internacionais brasileiras em 2009 apresentaram o pior desempenho desde 2005. Segundo o BC, o cofre brasileiro aumentou apenas 0,83% durante o ano passado.
Em 2005, a rentabilidade ficou negativa em 3,58%. Já a partir de 2006, os rendimentos começaram a ficar positivos, com 6,03%. Em 2007, as reservas renderam 9,35% e, em 2008, 9,33%.
Segundo o BC, as reservas internacionais são aplicadas em diferentes moedas no mercado internacional e os resultados gerenciais são avaliados utilizando-se como base a moeda norte-americana. Isso significa que a desvalorização do dólar diante do real não entra na conta.