A oliveira chegou a ser introduzida no Brasil na época colonial. Seu cultivo foi tão bem sucedido que chamou a atenção do governo de Portugal. Preocupado com a possível concorrência do Brasil ele mandou erradicar todas as plantações e espalhou a notícia de que a oliveira não produzia bem no país.
Esse é um dos motivos do atraso do Brasil em relação à cultura. Só agora começam a aparecer as primeiras amostras de azeites de oliva feitos com as azeitonas produzidas no Brasil.
O Brasil cultiva apenas uns 500 hectares de oliveiras. Uma parte no Rio Grande do Sul e o restante em São Paulo e Minas Gerais. As regiões Sul e Sudeste com altitude acima de mil metros e temperaturas no inverno que se mantenham abaixo de 12 graus são as mais indicadas para o cultivo da oliveira.
Na fazenda Rainha localizada entre os municípios de São Sebastião da Grama, em São Paulo, e Poços de Caldas, em Minas Gerais, as oliveiras estão dividindo o espaço com uma cultura tradicional da região: o café.
Segundo produtores, a plantação dá menos trabalho que o café. As colheitas também acontecem em épocas diferentes dando para aproveitar a mão-de-obra ociosa.
A colheita é feita com a derrissadeira portátil, ferramenta idealizada para colher café. Uma vassoura de metal vibra e derruba os frutos na lona.
No total, a fazenda cultiva 100 hectares, com 50 mil pés de oliveiras. Ao todo são cinco variedade: três espanholas: a picual, arbosana e arbequina; a colatina da Itália e a koroneiki originária da Grécia.
Além da escolha das variedades certas, do capricho no cultivo e na colheita, um bom azeite de oliva depende também do tempo que as azeitonas levam entre a colheita e a extração do óleo.
Quanto menor for o prazo, melhor será o azeite. Por isso, a fazenda instalou no local uma máquina italiana capaz de moer 900 quilos de azeitonas por hora. Cada 100 quilos de frutas moídas com caroço produzem de 15 a 20 litros de azeite.
Nicolaus, produtor de azeite em Atenas, na Grécia, provou pela primeira vez o azeite de oliva fabricado no Brasil. Entusiasmado com o sabor fez um alerta aos seus compatriotas. ?Os gregos que se cuidem?.
Por enquanto, a fazenda Rainha está testando o azeite produzido por cada uma das variedades de oliveiras para escolher que caminho tomar, antes de lançar o seu azeite no mercado.
Em Maria da Fé, no sul de Minas Gerais, na fazenda experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), os pesquisadores testam todas as variedades cultivadas no Brasil e outras preservadas por eles. Atualmente, a Epamig fornece mudas para cerca de 60 produtores da região Sudeste.