O envelhecimento acelerado da população brasileira e a diminuição de trabalhadores ativos estão prestes a impactar significativamente as contas da Previdência Social. Em 2070, a relação entre contribuintes e beneficiários será de 1,3 para 1, comparada à atual proporção de quatro para cada aposentado. A previsão, elaborada pelo especialista Rogério Nagamine, considera tanto o setor público quanto o privado, e reflete uma tendência preocupante apontada pelos dados mais recentes do IBGE.
sustentabilidade do sistema de repartição
Nos últimos 40 anos, a proporção de contribuintes para a Previdência em relação aos aposentados caiu drasticamente de nove para cada beneficiário em 1980 para três em 2034 e dois em 2048. A atualização dos dados pelo IBGE, com base no Censo de 2022, reforça o alerta sobre a sustentabilidade do sistema de repartição atual. Nagamine destaca que a crescente base de aposentados e a diminuição da força de trabalho ativa colocarão uma pressão insustentável sobre as finanças públicas.
número de idosos deve dobrar
A previsão para a população idosa é igualmente alarmante. Em 2054, o número de idosos deve dobrar para 68,9 milhões, enquanto a base de contribuintes cairá em 13%. Em 2070, os idosos serão 75,3 milhões, e o número de trabalhadores ativos, 100 milhões. Este cenário evidencia a necessidade urgente de uma nova reforma previdenciária em 2027 para adaptar o sistema às novas realidades demográficas e econômicas.
Especialistas alertam que o envelhecimento populacional afetará também a produtividade e a qualidade dos serviços públicos. O economista José Ronaldo de Souza Júnior enfatiza a necessidade de melhorar a educação e investir em formação técnica para sustentar a renda per capita. A ampliação da base de contribuintes e a reforma das leis trabalhistas são essenciais para garantir a sustentabilidade da Previdência, enquanto a informalidade no mercado de trabalho continua a ser um desafio crítico.
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