Com a alta do dólar neste começo de ano, os brasileiros frearam os gastos no exterior. Em março, essas despesas recuaram para US$ 1,5 bilhão, e atingiram o menor patamar para este mês dos últimos cinco anos, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (22). As despesas foram as menores, para março, desde 2010 – quando somaram US$ 1,12 bilhão.
O dólar mais alto encarece as passagens e os hotéis cotados em moeda estrangeira, além dos produtos comprados lá fora. A valorização da moeda norte-americana também encarece os gastos com cartões de crédito e débito no exterior – que sofrem a incidência, ainda, do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%.
Em março, o dólar registrou alta de 11,7%, fechando o mês passado em R$ 3,19. Nos três primeiros meses deste ano, a moeda-norte americana disparou 20%. Entretanto, em abril, o dólar vem operando em forte queda. Nesta quarta-feira, por volta das 10h45, o dólar estava sendo cotado em R$ 3,03 para venda.
Primeiro trimestre
Nos três primeiros meses deste ano, ainda segundo informações da autoridade monetária, as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 5,23 bilhões. Com isso, registraram queda de 10,5% frente ao mesmo período do ano passado (US$ 5,84 bilhões). De acordo com o Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior são os menores, para o primeiro trimestre de um ano, desde 2011 - quando somaram US$ 4,75 bilhões.
Histórico de gastos
Em 2014, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 25,6 bilhões - recorde para um ano fechado. No ano anterior, haviam somado US$ 24,98 bilhões, contra US$ 22,2 bilhões em 2013. Em 2011, as despesas dos nossos turistas lá fora haviam totalizado US$ 21,2 bilhões.
Até 1994, quando foi criado o Plano Real para conter a hiperinflação no país, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos US$ 2 bilhões. Mas, naquele ano, quando o real foi ao equiparado ao dólar, as despesas somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, elas oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
Com a maxidesvalorização cambial de 1999 e o dólar ultrapassando R$ 3 em um primeiro momento, as despesas lá fora também ficaram mais caras. Os gastos voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximo de US$ 3 bilhões.