Brasileiros investem no turismo de educação para melhor qualificação

No ano passado, 175 mil viajaram para outros países em busca desses objetivos, de acordo com pesquisa

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Aprender um novo idioma, aprimorar os conhecimentos da língua estrangeira e conhecer novas culturas são os principais motivos que levam os brasileiros a estudar no exterior. No ano passado, 175 mil viajaram para outros países em busca desses objetivos, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta). As agências do setor indicam expansão do mercado e a expectativa é de crescimento para os próximos anos.

Os cursos de idiomas, chamados de intercâmbio, são os mais procurados e o principal destino é o Canadá, indica a pesquisa. Em seguida estão os cursos de high school, que é o ensino médio no exterior, e os cursos de férias. Os cursos de pós-graduação e de intercâmbio para executivos também movimentam o setor. A faixa etária predominante de quem busca aprimorar a educação no exterior está entre os 18 e os 30 anos.

A coordenadora da Belta, Maria Aparecida Barbo, diz que é crescente a procura dos brasileiros pelo turismo de educação. Segundo ela, o desejo de estudar fora sempre existiu e cresce pela necessidade de aprimorar a qualificação profissional. O que mudou, segundo ela, é que o intercâmbio está mais acessível por causa do aumento da renda e das facilidades no pagamento.

?Em primeiro lugar está o aumento da renda, porque vontade de estudar e viajar sempre existiu. Outro fator é que o turismo de educação tem o melhor custo-benefício. Você pode escolher ficar em casa de família com duas refeições incluídas e uma semana desse tipo de acomodação corresponde a três dias de hotel, sem as refeições. E, se houver planejamento, dá pra começar a pagar um ano antes da viagem?, disse.

Depois do Canadá, os Estados Unidos e o Reino Unido são os destinos preferidos, conforme a pesquisa. Esses destinos indicam que o inglês é o idioma que os brasileiros mais buscam aprender.

Além do aprendizado da língua estrangeira, a experiência de conhecer um país com cultura e costumes diferentes atrai os estudantes. Maria Gonçalves Reis, de 19 anos, chegou a cerca de dois meses de um intercâmbio nos Estados Unidos e avalia a experiência. ?Queria conhecer outra cultura e aprimorar o inglês, então fiquei dez meses nos Estados Unidos cursando o último ano do ensino médio. Acho que vai me ajudar pela experiência de vida e pela fluência no inglês?. Ela conta que já sente o resultado positivo no aprendizado da língua quando faz as provas de simulado no cursinho pré-vestibular.

A pesquisa da Belta identificou um aumento da procura por cursos de línguas no exterior pela classe C. Entre as agências entrevistadas, 92% indicaram esse aumento. O presidente da Eduexpo, feira de intercâmbio realizada em países da América Latina, Julio Ronchetti, avalia que o fortalecimento do real em relação ao dólar contribuiu para esse quadro. ?Os cursos lá fora são pagos em dólar e aumentamos nosso poder aquisitivo em dólar, então, mais pessoas têm como ir estudar fora?, disse. Foram ouvidas 80 agências de intercâmbio brasileiras e 75% apostam em expansão do mercado nos próximos anos.

Quem decide estudar no exterior deve ficar atento na hora de contratar a empresa para não ter problemas com a prestação do serviço. Há casos de falência de agências de intercâmbio em que os clientes perdem o dinheiro já pago ou em que as escolas e os fornecedores ficam sem pagamento.

?O consumidor deve, antes de tudo, checar a idoneidade da empresa. Fazer uma pesquisa rápida na internet para verificar se há reclamações ou buscar indicações de conhecidos?, recomenda o diretor jurídico do Procon do Rio de Janeiro, Marcelo Moura.

Ele alerta que é preciso ficar atento ao contrato e orienta o consumidor a registrar, com fotos e documentos, eventuais descumprimentos dos serviços. ?O que não foi oferecido ao consumidor, caberá a ele buscar em um acordo por meio de instituições administrativas, como o Procon-RJ, ou ir diretamente ao Judiciário para entrar com um processo?, explica Marcelo Moura.

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