Burocracia trava ajuda aos órfãos do câmbio no País

Burocracia trava ajuda aos órfãos do câmbio no País

Burocracia trava ajuda aos órfãos do câmbio no País | Divulgação
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Boa parte das empresas dos setores mais afetados pelo c?mbio corre o risco de n?o ver a cor do dinheiro a juros subsidiados prometido pelo governo. O socorro a essas empresas, batizado de Revitaliza, foi anunciado pelo governo em junho, mas s? saiu do papel h? cerca de 20 dias. No entanto, termina hoje o prazo para que as empresas se candidatem ao cr?dito. At? ontem, muitas ainda n?o haviam conseguido cumprir a maratona burocr?tica exigida pelo programa.

?Quem definiu esse prazo n?o tem a m?nima no??o da vida pr?tica num processo credit?cio?, diz Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato da Ind?stria T?xtil de Santa Catarina.

Segundo ele, chega a ser imposs?vel para a maioria das empresas que enfrentam dificuldade financeira por conta do d?lar fraco reunir toda a documenta??o necess?ria num espa?o t?o curto de tempo.

As exig?ncias incluem desde a apresenta??o de aval e garantias reais para o empr?stimo at? a entrega de certid?o negativa de todos os impostos e de balancetes atualizados. ?Para n?o dizer um palavr?o, a gente chama o prazo para essas obriga?es de piada de mau gosto?, ironiza Kuhn.

O governo decidiu socorrer os setores chamados de ?rf?o do c?mbio, depois de n?o ter conseguido avan?ar no processo de desonera??o tribut?ria da folha de pagamentos. Foi criada uma linha de cr?dito especial, com subven??o econ?mica pelo Tesouro, para empresas dos setores de beneficiamento de couro, cal?ados e artefatos de couros, t?xteis e confec??o, m?veis e madeira e pedras ornamentais. Essas empresas s?o intensivas em m?o-de-obra.

O total de recursos que podem ser liberados a esses setores soma R$ 3 bilh?es. Podem pleitear o financiamento as empresas com receita operacional bruta de at? R$ 300 milh?es por ano. O problema ? que o programa ficou emperrado por quase seis meses na burocracia e os prazos iniciais foram mantidos.

?Ganhamos, mas n?o levamos?, resume Jorge Donadelli, presidente do Sindicato da Ind?stria de Cal?ados de Franca, no interior paulista. Segundo ele, n?o chega a 5% a parcela das empresas do setor que est?o em condi?es de obter recursos do Revitaliza.

As empresas t?m o cuidado de n?o fazer declara?es sobre o problema, por temerem retalia?es, como a n?o aprova??o de pedidos de cr?dito. ?Foi um presente de grego?, diz um empres?rio do setor moveleiro, que n?o quer ser identificado.

As entidade representativas dos setores envolvidos tentam convencer o governo a ampliar os prazos. ?O ministro da Fazenda (Guido Mantega) est? sens?vel a essa quest?o?, diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associa??o Brasileira da Ind?stria T?xtil e de Confec??o (Abit). ?Queremos que os prazos sejam dilatados por seis meses ou at? quando houver recursos dispon?veis.?

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