A presidente Dilma Rousseff autorizou, por meio do decreto 7.509, publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta-feira (30), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem, por mais um ano, participações em outras instituições financeiras.
Essa autorização foi dada inicialmente em outubro de 2008, durante a crise financeira internacional, por meio de Medida Provisória do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na época, o governo informou que o objetivo seria o de socorrer bancos em dificuldades por conta da maior crise financeira desde a década de 30.
Naquele momento, os Estados Unidos estavam adotando medida semelhante, adquirindo participação em várias instituições financeiras, como as empresas Freddie Mac e Fanny Mae, ligadas ao crédito imobiliário - cerne da crise financeira que chacoalhou os mercados naquele momento.
Banco do Brasil
Após a autorização do governo federal, o Banco do Brasil anunciou a aquisição da Nossa Caixa, então pertencente ao estado de São Paulo, e de parte do banco Votorantim - instituição financeira que estava enfrentando problemas por conta da aposta da queda do dólar no mercado futuro. Quando, durante a crise financeira, o dólar disparou, o banco começou a ter problemas de caixa. O BB também estava negociando a aquisição do Banco Regional de Brasília (BRB).
Caixa Econômica Federal
Já a Caixa Econômica Federal optou por comprar participação no Panamericano, do então empresário Silvio Santos. Posteriormente, o banco teve de receber um aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) por conta de "inconsistências contábeis". Neste ano, a parcela do grupo Silvio Santos foi comprada pelo BTG.
"Vendi o banco, claro. Não podia deixar de vender o banco. Porque o meu banco não deu prejuízo pra ninguém. O meu banco teve um bom comportamento. Talvez tivesse sido mal administrado, e essa má administração provocou aquilo que todos vocês conhecem. Não ganhei nada, não perdi nada", disse Silvio Santos na ocasião.