A Caixa Econômica Federal poderá ampliar em até R$ 70 bilhões sua oferta de financiamento depois do empréstimo de R$ 6 bilhões que o banco estatal receberá do Tesouro Nacional, afirmou o vice-presidente de controle e risco do banco, Marcos Roberto Vasconcelos. — Estamos reforçando o capital para poder continuar crescendo nos empréstimos, disse o executivo à Reuters.
Vasconcelos explicou que as discussões para um apoio do governo federal, que é o acionista controlador, por meio do Tesouro, foram iniciadas há nove meses e ganharam força recentemente devido ao ritmo forte de expansão do crédito pela Caixa. Isso porque, pelas regras de proteção do capital do Acordo de Basileia, as instituições financeiras são obrigadas a alocar recursos como uma espécie de proteção. No Brasil, o Banco Central define que, para cada R$ 100 reais, os bancos devem ter capital mínimo de R$ 11.
No caso da Caixa, esse índice — que chegou a ser próximo de 30 em meados do ano passado — caiu para 16, já que a proteção de capital não evoluiu na mesma velocidade que a carteira de crédito, que cresceu 60% no período de 12 meses encerrado em agosto. Seguindo a estratégia do governo de usar os bancos públicos para ampliar a oferta de financiamento, como meio de reduzir os efeitos da crise financeira global, Caixa e Banco do Brasil ampliaram a fatia entre os bancos de varejo.
O vice-presidente de controle e risco da Caixa afirma que pretende manter o crescimento dos financiamentos na faixa de 40 a 60% ao ano. Para isso, poderiam ter um índice de Basiléia perto do piso entre o final de 2010 e início de 2011, como medida preventiva. O principal alvo da Caixa é ampliar a oferta de financiamento imobiliário, explicou o executivo.