Os recursos captados por fundos de capital de risco ("venture capital") e de participação de empresas ("private equity") deverão crescer pelo menos 25% em 2011.Com isso, a indústria de investimentos deve chegar a US$ 46 bilhões (R$ 73,6 bilhões) no Brasil, com alta de 28% sobre 2009.
Segundo dados da pesquisa da FGV-SP encomendada pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), em 2009 foram levantados US$ 6,1 bilhões, ou R$ 9,7 bilhões. Para este ano, existe a possibilidade de o volume chegar a US$ 10,1 bilhões (R$ 16,1 bilhões). "Já existe espaço na economia brasileira para esse nível de captação anual de 25%", diz Claudio Furtado, do Centro de Estudos em Private Equity da FGV-SP.
Outras fontes ligadas ao setor são ainda mais otimistas e estimam que o total de recursos de fundos disponíveis na economia possa atingir R$ 88 bilhões neste ano. As recentes rodadas de captação de fundos internacionais de interessados em investir na região contribuem para o otimismo.
Na semana passada, o americano Carlyle informou a conclusão da rodada de captação de R$ 1,6 bilhão.
Os recursos deverão ser aplicados no Brasil em até dois anos. Atualmente, os recursos disponíveis em "private equity" e "venture capital" representam 2,3% do PIB, aquém da média mundial. Segundo especialistas, isso acontece porque o setor ainda não se popularizou em todos as classes sociais.
Com o amadurecimento da indústria, a expectativa é que o Brasil alcance os 3,5% de participação média mundial entre três e cinco anos.
"A chegada de grandes fundos contribui para calibrar o grau de otimismo. Mas tudo vai depender da capacidade de consolidação dos setores que vão gerar demanda por capital de "private equity" e popularizar o conceito", afirma Furtado.