Cartório e material de construção são custos extras “escondidos” na compra da casa

Dono pode gastar mais de um quinto do preço do imóvel com imposto, registro e reformas

Compra da casa | R7
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A casa própria é um sonho para o brasileiro. Mas do momento de receber as chaves até a hora de o proprietário se mudar de vez há um período de obras e gastos que, nem sempre, são levados em conta quando o comprador fecha o contrato. Custos de cartório e despesas com o acabamento só aparecem neste período e podem significar mais de um quinto do preço do imóvel.

O consultor em crédito imobiliário Joe Powell, sócio-proprietário da CIF (Crédito Imobiliário Fácil), diz que para o comprador ser efetivado como novo dono ele precisa pagar impostos, como o ITBI, e registrar o imóvel no cartório da cidade.

- Na hora de você receber seu imóvel novo, você tem que pagar impostos e registrar o documento dele, seja o contrato de financiamento ou a escritura. Muita gente não se preocupa com isso. Mas se não registrar a propriedade no cartório, ela não é sua perante a lei.

O ITBI, que tem taxas diferentes em cada município, cobra a alíquota sobre o valor venal ou da compra e venda da propriedade. Ele deve ser pago para fazer uma escritura pública ou para registrar um contrato de financiamento no cartório de registro de imóveis. O cartório, por sua vez, cobra de 0,5% a 1% para garantir a propriedade do imóvel ao novo dono.

Em um imóvel de R$ 120 mil, são R$ 2.400 pagos como tributo e até mais R$ 1.200 de custas cartoriais.

Acabamento caro

Mas os gastos não param por aí. Ao entrar em um apartamento desse padrão, o novo dono vai encontrar as paredes bem pintadas, mas o chão sem piso. Não há luminárias e o banheiro tem somente a pia, o vaso e um cano para prender o chuveiro ? que não vem incluso no pacote.

A decoradora Eliane Sampaio diz que, nessa faixa de produto, as construtoras não preveem o acabamento. Por isso o novo morador ainda vai ter que dar até 20% do preço do imóvel para ter uma casa ?pronta para morar?.

- Vai haver gasto com piso e com metais [torneiras e registros], que é o principal para mudar. Ainda precisa comprar chuveiro e armários. Dá para morar um tempo sem o box do banheiro e sem os planejados, por exemplo. Mas o novo dono ainda vai ter o custo de mão de obra. Dá para personalizar um apartamento com 20% do preço dele.

A Living, construtora de imóveis populares da Cyrela, diz que o padrão de apartamento novo hoje é o de dois quartos, com preços entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. Nessa faixa, um acabamento mais elaborado não entra no custo do imóvel porque senão os preços podem se tornar menos acessíveis.

Sem contar que cada dono fica a cargo de fazer a casa com aquilo que ele quiser.

- Os empreendimentos são entregues com as áreas molhadas (banheiros, cozinha, área de serviço e terraço) prontas. No caso do médio padrão, o público deste segmento quase sempre quer personalizar a sua unidade, escolher os acabamentos e detalhes por conta própria.

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