Casino mantém posição contrária à fusão do Pão de Açúcar

Diniz se reuniu com o conselho de administração do Casino nesta terça-feira, em Paris.

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O grupo francês Casino afirmou nesta terça-feira que a proposta de unir as operações do Carrefour no Brasil às do Pão de Açúcar é contrária aos interesses da varejista brasileira e dos acionistas. O conselho de administração do Casino, grupo que divide o controle do Pão de Açúcar com o empresário Abilio Diniz, também considerou que a estimativa de sinergias provenientes da fusão foram "fortemente superestimadas", com riscos de execução significativos.

Em reunião nesta terça-feira, o conselho votou de forma unânime contra a operação, apoiada por Diniz, que não participou da votação.

Diniz se reuniu com o conselho de administração do Casino nesta terça-feira, em Paris, quando reafirmou seu apoio à transação, segundo o grupo francês.

Entenda

O grupo francês Carrefour anunciou em 28 de junho ter recebido uma proposta de fusão de ativos no Brasil com os da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), do grupo Pão de Açúcar. A operação precisa ser aprovada pelos acionistas dentro dos próximos 60 dias. O BNDESPar e o BTG Pactual foram os parceiros escolhidos por Abílio Diniz para tentar concretizar a união, em uma complexa operação para não ferir acordo de acionistas.

Diniz e Pão de Açúcar estavam impedidos de negociar diretamente com o Carrefour sem o consentimento do grupo Casino, que detém 43% da rede brasileira, devido a cláusulas do acordo de acionistas firmado em 2006. De qualquer forma, a união entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil não sairá sem a aprovação do sócio francês. Pelos termos apresentados, a Gama e o BNDESPar formarão a Nova Pão de Açúcar (NPA). Após uma série de etapas, o Carrefour terá sua operação no Brasil incorporada pelo Pão de Açúcar.

A proposta envolvendo o Carrefour no Brasil surge depois que o Pão de Açúcar comprou nos últimos anos Ponto Frio e Casas Bahia, consolidando sua liderança no varejo do País. As duas aquisições ainda não passaram pelo crivo do órgão antitruste, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A proposta prevê que a aquisição das lojas do Carrefour no Brasil por meio da Gama, fundo de investimentos do BTG Pactual, vai ocorrer com investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros da varejista francesa no Brasil. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também estuda participar da sociedade, com cerca de R$ 4,5 bilhões.

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