Desde 1998 o Astra é praticamente o mesmo. Nesses mais de 10 anos o hatch da Chevrolet recebeu apenas retoques no visual e perfumarias no interior. Mas, mesmo com um projeto ultrapassado, o modelo incomoda, e muito, a concorrência.
Em 2009, ele foi mais uma vez o líder de vendas entre os hatches médios, com uma diferença de quase 10 mil unidades no acumulado do ano para o Volkswagen Golf, segundo melhor colocado entre os rivais. O G1 andou no Astra 2010, que estreou no ano passado sem mudanças na carroceria. A estratégia da fabricante foi melhorar o desempenho do motor e a relação custo-benefício do carro para garantir, por mais um ano, o primeiro lugar no ranking do segmento.
O hatch agora é equipado com motor 2.0 Flexpower de 140 cavalos e a lista de equipamentos de série ficou mais recheada. Disponível somente na versão ‘Astra 2010’, por R$ 45.184, o modelo sai de fábrica com os mesmos equipamentos da extinta versão ‘Elegance’ (topo de linha) como ar-condicionado digital, rodas de liga leve de 16 polegadas e regulagem de altura dos faróis. No interior, os assentos ganharam revestimento em veludo.
Quem viaja atrás conta com apoio de braço no centro e rebatimento de um terço do banco. Para o motorista há ajuste de altura do assento e retrovisor eletrocrômico. Direção hidráulica, trio elétrico, faróis de neblina, alarme, retrovisores na cor do veículo, spoiler lateral e limpador de vidro traseiro completam o pacote de série. Mesmo com o conforto oferecido, ao volante o destaque do Astra é a dirigibilidade.
O fôlego a mais do motor 2.0, que agora está 12 cv mais potente, dá agilidade e disposição de sobra ao hatch que mostra seu vigor ainda em baixas rotações. Basta um leve toque no acelerador e o carro responde com vontade chegando com tranquilidade aos 120 km/h, velocidade que, segundo a GM, é alcançada em 9 segundos.
Apesar da força do propulsor, o câmbio manual tem engates muito longos, o que reduz a ‘pegada’ do modelo. Por outro lado, a suspensão bem acertada absorve as imperfeições do piso e garante um rodar macio. A carroceria não inclina muito nas curvas, o que dá segurança para contorná-las em boa velocidade.
Um prato cheio para quem gosta de uma guiada mais esportiva. Já na cidade, principalmente nas de tráfego intenso, tanta vontade se resume em desperdício de combustível. Durante o teste, no ciclo urbano, registramos 6,8 km/l de álcool. Segundo a GM, o modelo com câmbio manual faz 7,5 km/l na cidade e 11 km/l na estrada.
O carro é antigo, mas compensa a idade com preço e boa lista de equipamentos. Para os que não fazem questão de projetos e motores modernos, o "novo" Astra é um bom negócio, já que o modelo 2010 traz os mesmos itens da versão topo de linha com preço de versão de entrada.