Lançada em 95, a S10 não precisou de muita força para brigar contra o tempo e os concorrentes. Prova disso é que a picape da Chevrolet foi apenas ‘maquiada’ em 99, 2001, 2005 e 2008. A grande novidade veio em 2007: o motor flex.
No entanto, ser a única entre as picapes médias que bebe álcool e gasolina não é o grande trunfo da S10, já que o modelo sempre ocupou a primeira posição do segmento. Mesmo com um projeto ultrapassado, ela conquista pelo bolso. Além de um preço interessante - parte de R$ 57.265 com cabine dupla e chega a R$ 71.029 -, tem manutenção barata e é econômica.
Durante o teste, o consumo médio foi 10 km/l em estradas e na cidade o gasto foi de 8 km/l. O conjunto mecânico também pesa a favor da S10. O motor 2.4 Flexpower de 147 cavalos (com álcool) e 21 kgfm de torque garantem bom desempenho a picape. Com 1.702 kg (cabine dupla), ela demora a embalar, mas depois responde bem as pisadas no acelerador. Mérito também da precisão do câmbio manual de cinco velocidades que tem trocas suaves e não cansam o motorista.
No entanto, para viagens longas, a dica é alongar bem as pernas antes. O assoalho é muito alto, o que sobrecarrega principalmente os joelhos. Para compensar, na versão topo de linha (Executive), o motorista desfruta de bancos de couro, ajuste elétrico de altura, distância e de inclinação do assento. Quem vai atrás sofre mais para achar uma posição confortável no banco e com a suspensão, que é mais rígida no eixo traseiro. Outra desvantagem é a limitada capacidade de esterçamento.
Nas grandes cidades não é fácil estacioná-la, tarefa que exige muitas manobras e paciência de quem está ao volante. O visual da S10 briga com o tempo. Para ficar mais ‘moderninha’ sobrecarregaram a versão 2009 de peças plásticas. A entrada de ar no capô (apenas estética) é exagerada, assim como o espaço da grade frontal, que na verdade não existe e permite ver o radiador.
O santantonio, os estribos laterais e o defletor de ar acoplado ao rack de teto ajudam a disfarçar a idade. O interior é requintado, mas mescla peças mais conservadoras - como detalhes em plástico que imitam madeira nas laterais da porta - com um painel moderno, em um tom azul, que ao acionar a chave cumprimenta o motorista, girando os ponteios.
Os mostradores no quadro de instrumentos estão menores e dificultam um pouco a visualização. Entre trancos e barrancos, ela segue sem medo da concorrência. Com 24.220 unidades acumuladas até agosto de 2009, a S10 vende quatro vezes mais do que a nova Ford Ranger, principal concorrente pelo preço que, inclusive, é mais barata (parte de R$ 55.260 com cabine dupla).
Para a segunda colocada, a Toyota Hilux, a diferença no acumulado do ano é de quase 6 mil unidades e a Mitsubishi L200, terceira colocada, fica quase 12 mil unidade para trás. No início do ano que vem é aguardada a Volkswagen Amarok, primeira picape média da marca alemã, que equipada com motor flex deve conseguir fazer frente à S10 e ameaçar o reinado de mais de uma década.