Aproximadamente 40 mil toneladas de carne bovina brasileira produzida antes da confirmação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da Vaca Louca) no início do ano foram liberadas para comercialização no território chinês. A informação foi confirmada, nesta quarta-feira (28), pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que informou ter conseguido, junto à Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC) a liberação do estoque.
Segundo o Ministério, a carne congelada apresenta condições adequadas para consumo e foram produzidas nos dias 21 e 22 de fevereiro. “São R$ 2,5 bilhões que vão entrar e aquecer a economia brasileira. O presidente Lula atuou diretamente para conseguirmos esse feito e o resultado veio”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O protocolo estabelecido entre os dois países estabelece que quando há confirmação de um caso de EEB, as exportações da carne bovina para o país são suspensas automaticamente. Assim, diante da confirmação do caso atípico, a comercialização foi temporariamente interrompida.
A pasta informou que a carne produzida às vésperas da confirmação ficou no chamado estoque, até a liberação negociada entre os governos brasileiro e chinês, liberação esta que foi possível após intermédio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura, que mantiveram diálogo permanente para a retomada das importações pelo país asiático.
“Quando a gente estabelece uma relação de Estado para Estado, o que está em jogo não é o interesse pessoal do presidente da República, o que está prevalecendo são os interesses soberanos do país que ele representa”, comentou o presidente Lula, que tratou diretamente com o presidente Xi Jinping a liberação do estoque.
Embargo atingiu diversos países
As suspensões começaram no início de março, após a identificação do caso de vaca louca em uma pequena propriedade no município de Marabá (PA), no fim de fevereiro. Além da China, outros países tiveram os mercados momentaneamente fechados, mas já reabertos, como a Tunísia, Palestina, Rússia e Catar.
Cerca de um mês depois da restrição imposta pela China, a importação de carnes bovinas pelo país asiático foi liberada, mas a carne produzida às vésperas da confirmação ficou no chamado estoque, até a liberação negociada entre os governos brasileiro e chinês.