Nos próximos 20 anos, a China deve assumir o segundo lugar entre os maiores importadores do agronegócio brasileiro, com um volume anual de compras estimado em torno de US$ 2,1 bilhões (considerando preços de 2007) em 2030.
A projeção faz parte de um estudo divulgado nesta semana pela consultoria Ernst&Young Brasil em parceria com a FVG Projetos - Fundação Getúlio Vargas. De acordo com o relatório, o aumento da renda per capita e o crescimento do número de consumidores em países em desenvolvimento, como China e Índia – os dois países mais populosos do globo -, serão os principais motores da demanda pelos produtos brasileiros, especialmente para matérias-primas, como couro, celulose e álcool.
A China ocupa hoje o sétimo lugar entre os maiores compradores da agroindústria brasileira, com US$ 900,6 milhões em importações. De acordo com o levantamento, até 2030 as exportações agroindustriais brasileiras deverão crescer a uma taxa média de 1,3% ao ano, considerando 1% ao ano para os alimentos beneficiados e 2% ao ano para as matérias-primas.
Segundo o estudo, isso se dá porque a demanda por esses produtos responde com maior intensidade ao aumento de renda, sobretudo nos países mais pobres. Já a demanda por alimentos deve crescer em um ritmo menos acelerado que o consumo médio das famílias, mostrando um cenário de incremento de renda e, no país, de bom desempenho da produção doméstica.
No Brasil, o consumo de alimentos deve subir 3% ao ano, enquanto a previsão do consumo global das famílias aponta alta de 3,8% ao ano. Para a renda familiar, a pesquisa estima crescimento anual de 3,1%. Para atender essa demanda, principalmente de alimentos industrializados, tanto no Brasil como em outros países, a agroindústria brasileira terá grandes desafios pela frente e o grande movimento de fusões acontecido no setor já são uma boa forma de se preparar para isso, segundo o estudo. O estudo foi baseado no histórico de indicadores econômicos dos últimos 57 anos, em 100 países. Esta é a quinta série do levantamento, que avalia as perspectivas da economia brasileira para as duas décadas seguintes.