associada à comida farta e barata, a feijoada está mais cara do que o churrasco, iguaria mais servida em ocasiões especiais. É que, enquanto o preço da carne bovina baixou nos últimos tempos, os custos do feijão e das carnes suínas dispararam. A diferença chega a 12,5%, segundo um levantamento
De acordo com o IBGE, somente no mês de maio, o aumento do feijão foi superior a 7%. Nos últimos 12 meses, a alta chegou a 98%.
? O feijão está mais caro devido à estiagem do ano passado. A produção foi menor e não atendeu à demanda do mercado interno. Com menos feijão à venda, o preço sobe ? justificou Aylton Fornari, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro.
Mas não é apenas o feijão que está deixando a feijoada mais salgada para o consumidor. O prato leva também diversos tipos de carnes de porco, que também ficaram mais caras nos açougues do país.
? Ao contrário da carne bovina, as carnes suínas aumentaram suas exportações em 18%, em maio. Com menos carne de porco no mercado brasileiro, o alimento tende a ficar mais caro ? explicou Fornari.
Prejuízo em restaurantes
Com o aumento dos preços, restaurantes especializados no prato típico nacional amargaram prejuízos.
? Não repasso esse aumento ao cliente para não perder o freguês. Também não posso tirar ingredientes da feijoada só para o restaurante ter lucro. Perco dinheiro, mas mantenho meu padrão de qualidade ? afirmou Alexandre Costa, gerente operacional do restaurante Antigamente, na Rua do Ouvidor, no Centro do Rio.
Ingrediente fundamental da feijoada, a costela está mais cara do que a alcatra, sua equivalente em importância no churrasco. O quilo da carne suína é vendido por R$ 12,40 no Supermercado Mundial, enquanto o da alcatra sai por R$ 10,78.