Ciro Gomes critica nova regra fiscal e nível de investimento brasileiro

Em palestra na Europa, ex-governador fez sua primeira aparição desde de 2022

Ciro Gomes critica nova regra fiscal e investimentos brasileiros | Reprodução - Foto: Adriano Machado/Reuters
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O ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, durante participação em palestra na Universidade de Lisboa, em Portugal, criticou o novo marco fiscal proposto pelo atual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, para substituir o teto de gastos e o “arrocho” que a regra traz para os investimentos no país.

“Quero saber se é justo que a gente faça um novo teto de gastos, com o nome arcabouço fiscal, um arrocho absoluto na taxa de inversão. Sabe qual é a taxa de investimento do Brasil hoje? A menor da história. Da União federal remanesce o investimento 0,75% de 1%. E isso significa ao redor de R$ 24 milhões, que é nada”, disse durante palestra.

Ciro Gomes também fez uma comparação entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, Jair Bolsonaro e o presidente Lula, ao falar de suas regras fiscais, afirmando que todos adotam o mesmo modelo.

“Mudam as pessoas, se radicalizam as eleições, mas o modelo é rigorosamente o mesmo: teto de gastos, superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante e autonomia do Banco Central. A eleição é a mais dura e radical, e fica rigorosamente a mesma coisa no dia seguinte, com Michel Temer, Fernando Henrique, Lula e Bolsonaro, afirmou o ex-governador.

Outra das várias críticas que o ministro fez, foi em relação à taxa básica de juros do país, a Selic, definida pelo Banco Central e que está, desde agosto de 2022, em 13,75%. Ele declara que “se a taxa de juros de uma economia é mais alto que o lucro médio de produzir e trabalhar em um banco de comércio, em uma indústria, no campo, essa economia para. Se eu tenho dinheiro, por que eu vou correr risco, já que se eu colocar meu dinheiro na renda fixa rende mais do que meu lucro relativo?”, questiona.

Por fim ele também comparou os patamares da inflação e da taxa básica de juros brasileiros com as métricas de países europeus. O Ministério da Fazenda de Lula criou um projeto, ao apresentar a proposta, em que a regra fiscal levará ao crescimento do investimento público nos próximos anos. Para em 2030, a expectativa seja que os aportes alcancem 4,2% da despesa primária.

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