Tendo registrado uma alta de 1,81% no fechamento desta sexta-feira (21), o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo (B3), alcançou novamente a marca dos 120 mil pontos após um mês. O mercado esteve marcado pelo vencimento de opções sobre ações durante a sessão. Sem notícias de grande impacto nos noticiários financeiros, os investidores mantiveram-se atentos a possíveis sinais de mudanças nas taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa, além de acompanharem a evolução da agenda econômica brasileira.
Ao término do pregão, o índice chegou aos 120.217 pontos, registrando altas de 2,13% na semana, 1,80% no mês e impressionantes 9,55% no acumulado do ano. No cenário cambial, o dólar encerrou o dia em queda de 0,45%, sendo cotado a R$ 4,7805. Com o Congresso em recesso e a falta de indicadores relevantes, o mercado brasileiro teve uma jornada com agenda vazia e variações de cotações.
O foco dos investidores continua nas perspectivas da agenda econômica, com atenção especial para a reforma tributária que será discutida no Senado Federal a partir de agosto. Os investidores estão acompanhando de perto os próximos passos do Ministério da Fazenda. O ministro Fernando Haddad anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei para tributar fundos exclusivos, popularmente conhecidos como "fundos dos super-ricos".
O Brasil possui 2.568 fundos exclusivos com apenas um cotista, totalizando aproximadamente R$ 756,8 bilhões investidos. Esse valor representa 12,3% do patrimônio total de toda a indústria de fundos, com uma média de R$ 294,7 milhões por investidor. A expectativa do governo é arrecadar cerca de R$ 10 bilhões com essa tributação, correspondendo a 8,54% do aumento projetado de R$ 117 bilhões nas receitas.
A empresa Localiza, que teve aprovada a criação de um programa de recompra de suas ações no valor de até 70 milhões, equivalentes a 8,3% do total em circulação, foi destaque no mercado. O programa vai durar 12 meses, indo até 22 de julho de 2024. As ações adquiridas pela empresa serão mantidas em tesouraria para alienação futura, cancelamento ou para a manutenção dos planos de incentivo de longo prazo da empresa.
No cenário internacional, os mercados continuam repercutindo a recuperação instável da China. A Moody's e a S&P Global emitiram alertas severos sobre a maior empresa imobiliária comercial da China, Dalian Wanda Group, na quinta-feira, aumentando a preocupação de que o país possa enfrentar sua maior inadimplência desde o caso da Evergrande.
Além disso, os investidores também aguardam ansiosamente pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco Central Europeu (BCE), que estão previstas para a próxima semana."