As exportações do agronegócio no Brasil, em novembro deste ano, atingiram US$ 12,65 bilhões, ultrapassando pela primeira vez, para os meses de novembro, a cifra de US$ 10 bilhões. Este valor foi 51,2% superior quando comparado aos US$ 8,36 bilhões exportados em novembro de 2021. O recorde das exportações foi resultado do aumento do volume das exportações (+29,3%), mas, também, influenciado pelos preços médios de exportação elevados (+16,9%).
O Piauí, segundo o superintendente de Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Tiago Ribeiro Patrício, dobrou o volume de exportações sobre o recorde histórico que era de US$ 858 milhões de dólares durante todo ano de 2021. “Neste ano, de janeiro a novembro, exportamos US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 8,1 bilhões) e ainda falta o volume de dezembro”, diz, explicando que a cadeia do agronegócio que inclui soja, milho, farelo de soja e gorduras vegetais respondeu por US$ 1,48 bilhão de dólares, ou seja, 94% de tudo o que o Piauí exportou é da cadeia do Agronegócio.
Segundo Tiago Patrício, 49% do volume de exportação é para o mercado chinês seguido pela Espanha, com 16%. “Quase metade do que exportamos vai para China”, diz.
O aumento no volume exportado de milho (+ 3,7 milhões de toneladas) e de açúcar (+ 1,3 milhão de toneladas) explicam, em grande parte, o desempenho favorável no volume das exportações brasileiras do agronegócio.
As importações de produtos agropecuários foram de US$ 1,48 bilhão em novembro de 2022, um crescimento de 2,2% em relação ao valor adquirido em novembro do ano passado. Desta forma, o saldo da balança registrou US$ 11,6 bilhões. Este saldo do agronegócio não considera os insumos utilizados na produção agropecuária, como fertilizantes, defensivos, peças e equipamentos. A participação do agronegócio nas exportações totais ficou em 44,9%.
Com esse incremento no quantum, o Brasil já vendeu 145,3 milhões de toneladas de grãos ao exterior neste ano. Em divisas, nos 11 meses do ano, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 148,26 bilhões, valor recorde para o período na série histórica desde 1997.
Soja segue sendo o destaque no Brasil
Os cinco principais setores exportadores do agronegócio, em novembro, foram o complexo soja (participação de 21,7%); carnes (15,2%); cereais, farinhas e preparações (14,7%); complexo sucroalcooleiro (14,5%); e produtos florestais (10,6%). Estes setores responderam por 76,7% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio em novembro.
O complexo soja exportou US$ 2,74 bilhões, o que significou um crescimento de 31,9% na comparação com novembro do ano passado. As vendas externas de soja chegaram a US$ 1,62 bilhão. O valor exportado de farelo de soja foi US$ 817,44 milhões (+56,9%) e o óleo de soja atingiu US$ 310 milhões (+30,7%).
As exportações de carnes bateram recorde para os meses de novembro, chegando a US$ 1,92 bilhão (+47,2%). A carne bovina foi a carne com maior valor exportado, US$ 870 milhões (+76%). As vendas externas de carne de frango atingiram US$ 762,13 milhões (+29%). Houve exportações recordes, também, de carne suína, com US$ 228,12 milhões.
Os cereais, farinhas e preparações registraram vendas externas de US$ 1,86 bilhão (+243,8%). As exportações de milho responderam por quase todo o valor exportado pelo setor, superando, pela primeira vez, a cifra de US$ 1 bilhão para os meses de novembro, com registros de US$ 1,73 bilhão em novembro de 2022 (+255,8%). O volume exportado também foi recorde para os meses de novembro, atingindo 6,06 milhões de toneladas (+154%).
O complexo sucroalcooleiro exportou US$ 1,83 bilhão, com crescimento de 83,5% na comparação com os US$ 999,29 milhões exportados em novembro/2021. O açúcar foi o principal produto exportado pelo setor, com US$ 1,66 bilhão (+78,7%), com expansão do volume em 53,1% e de 16,8% no preço médio de exportação. Ou seja, o incremento das exportações de açúcar é explicado, em sua maior parte, pelo incremento do volume exportado. (I.C.)
Indústria Extrativa e Agro lideram alta
Até a 3º Semana de Dezembro/2022, o desempenho dos setores foi o seguinte: crescimento de 35,8% em Agropecuária, que somou US$ 2,69 bilhões; crescimento de 41,1% em Indústria Extrativa, que chegou a US$ 4,42 bilhões e, por fim, crescimento de 5,8% em Indústria de Transformação, que alcançou US$ 8,01 bilhões. A combinação destes resultados levou o aumento do total das exportações.
A expansão das exportações foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos seguintes produtos: Milho não moído, exceto milho doce ( 156,1%), Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas ( 62,5%) e Soja ( 17,8%) na Agropecuária; Minérios de níquel e seus concentrados ( 46,5%), Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (131.910,2%) e Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (105,6%) na Indústria Extrativa ; Açúcares e melaços (112,2%), Tabaco, descaulificado ou desnervado (169,3%) e Gorduras e óleos vegetais, “soft”, bruto, refinado ou fracionado (107,8%) na Indústria de Transformação.
Por sua vez, ainda que o resultado das exportações tenha sido de crescimento, os seguintes produtos registraram diminuição nas vendas: Trigo e centeio, não moídos ( -47,1%), Especiarias (-53,5%) e Algodão em bruto (-27,1%) na Agropecuária; Minério de ferro e seus concentrados (-21,8%), Minérios de cobre e seus concentrados (-46,4%) e Outros minérios e concentrados dos metais de base (-52,3%) na Indústria Extrativa ; Alumina (óxido de alumínio), exceto corindo artificial (-54,4%), Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (-23,9%) e Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (-56,9%) na Indústria de Transformação.