Depois de um longo período de isolamento social, sem viagens e passeios, o setor de turismo começa a ter um alívio graças a aceleração da vacina e os cuidados tomados pela sociedade. Neste ano, conforme informações do Ministério do Turismo, as viagens domésticas estão em alta.
Em Barra Grande, a empresária Priscila Carvalho, proprietária e gerente de reservas de uma pousada com 9 apartamentos e um chalé, diz que finalmente o mês de julho está excelente e todas as reservas para este final de semana, dias 24 e 25, foram fechadas desde cedo. Na quinta-feira, 22, no dia desta entrevista, havia apenas um apartamento disponível para o final de semana dos dias 31 de julho e 1º de agosto.
"Agosto também promete ser um mês muito bom, já temos muitas reservas feitas", diz, enfatizando que o povo está ansioso para viajar, relaxar na praia e sair da rotina de casa.
Dias difíceis em 2020
Segundo a empresária, foram dias difíceis durante o ano passado. Os serviços foram fechados duas vezes no ano passado e depois reabertos. A esperança é de que os negócios continuem funcionando.
Priscila diz que 2020 foi um ano de prejuízo e foi obrigada a usar a reserva financeira que tinha para manter o empreendimento, pagar funcionários, despesas de água, luz e internet. "Neste período, trabalhamos na manutenção dos apartamentos, ampliação, construímos novo chalé, fizemos a limpeza geral", explica. Esse investimento foi pensando nesta reabertura para oferecer o melhor ao turista que procura a pousada.
O momento é de aquecimento do setor de turismo, mas serão necessários cerca de três meses de boas temporadas e bons negócios para recuperar o tempo perdido.
A pousada existe há 10 anos, fica numa das mais belas praias do Brasil, em Barra Grande, é aconchegante, bonita e, segundo Priscila, tudo é feito pensando no bem-estar do turista, que conta na pousada com serviço de restaurante.
Priscila, que é assistente social, confessa amar seu trabalho. "Gosto de atender pessoas", diz, citando que neste período, a maior parte dos turistas que vão a Barra Grande são piauienses.
Pedro II: Lugar de boa gastronomia
Famosa pela presença da Opala, do artesanato e das serras, a cidade de Pedro II também experimenta o aumento do número de viajantes que vão à cidade.
Isabel Maria Gonçalves Pereira, proprietária de uma pousada na cidade, comenta que a temporada surpreendeu. "Começou meio tímida, mas em junho, a atividade turística começou a reagir. Agora tivemos uma maratona de ciclismo nos dias 24 e 25, que volta a ocorrer novamente nos dias 31 de julho e 1º de agosto e são atividades que trazem muitas pessoas à cidade", comenta.
Durante a semana, Isabel Maria afirma que a pousada atende a demanda de representantes e pessoas que vão à cidade para trabalhar. "Pedro II sofre muito pela falta de rota. Quem vai para Parnaíba, vê a estrada à esquerda e passa direto, não chega até Pedro II", diz, lembrando que já fez campanha de divulgação da cidade junto com outras pessoas no Posto da Polícia Rodoviária Federal. "As pessoas precisam conhecer que Pedro II tem atrativos turísticos", comenta.
A empresária diz que a cidade esteve na Rota dos Sertões, mas faltam mais ações para promoção do turismo, do artesanato e diz que o Governo do Estado do Piauí fez o asfalto da cidade até o limite com o Ceará, no município de Poranga. No entanto, segundo ela, falta a parte de asfalto no Ceará, que se for feito, ficará bem mais perto para chegar até Fortaleza.
Artesanato
Isabel diz que além de eventos e feiras para promoção do artesanato, ela diz que falta à população local a cultura do empreendedorismo, como abrir a loja de artesanato todos os dias, aos finais de semana.
Com planejamento, Isabel diz que sua pousada é aconchegante com 10 apartamentos com toque especial, mais parecido com flat. Antes era uma residência e a pousada mantém o ar familiar. "Aqui dispomos aos nossos clientes apenas o café, pois Pedro II tem uma gastronomia rica, variada, muitos restaurantes, bistrôs, muitos lugares com comida boa e barata. "Há o shopping do artesão com uma comida regional maravilhosa", diz.
Grande demanda por viagens
O setor de turismo movimenta uma grande cadeia e no setor de transporte, Rodrigo Mont Alverne, gerente de marketing da Guanabara, diz que em 2020 houve uma queda muito grande, principalmente entre os meses de março a agosto. Este ano a redução foi menor. "Neste mês de julho estamos operando com números de 80% do que era em 2019, antes da pandemia", diz.
A tendência, segundo Rodrigo, é que os números cresçam gradativamente em função do aumento da vacinação, redução do número de casos e retorno das aulas presenciais.
A empresa, segundo Rodrigo, opera em várias localidades do Brasil e os destinos mais procurados são Teresina-Fortaleza, Teresina-Parnaíba-Luís Correia, São Luís, Brasília, Belém e outros.
Rodrigo informa que a empresa segue todos os cuidados e regras do Comitê de Biossegurança. "Nossos ônibus passam por processo de sanitização antes de cada viagem, realiza a limpeza dos filtros antes de cada viagem e durante o embarque os passageiros passam por aferição de temperatura e os motoristas ao se apresentarem fazem recomendação da obrigatoriedade do uso de máscara em toda viagem", explica, lembrando que a empresa disponibiliza álcool gel em locais de fácil acesso, adota o distanciamento e lançou o aplicativo para que o passageiro possa comprar sua passagem de forma rápida e prática sem precisar ir à agência física.
Rodrigo diz que atualmente há uma demanda reprimida muito grande, as pessoas querem viajar, estão mais seguras com a vacina e, portanto, viajando mais. Mesmo com grande demanda, a empresa tem tarifas promocionais ao longo do ano.