A Ilha Pura, bairro planejado que irá receber os atletas das Olimpíadas de 2016 no Rio, tem como um de seus pilares a sustentabilidade. Entre as iniciativas que se destacam, o reúso e economia da água são aspectos importantes do projeto. O complexo que está sendo construído na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, conta com 31 prédios e 3,6 mil apartamentos, divididos em sete diferentes condomínios.
De acordo com o diretor-geral da Ilha Pura, Maurício Cruz Lopes, uma pessoa que passe a morar na "vila dos atletas" irá gastar menos 40% de água caso mantenha os mesmos hábitos de consumo, por causa das adaptações feitas. Então, apenas durante o evento esportivo, mais de 870 mil litros de água serão economizados por dia. Os cálculos foram feitos com base no número de esportistas que virão para o Rio neste período e os padrões recomendados pela ONU do uso da água (110 litros por dia).
A economia será possível por causa da instalação de uma estação que faz tratamento da água dos chuveiros e dos lavatórios e, em seguida, distribui para os sanitários, irrigação do parque do bairro e para a reposição da água dos lagos. O reservatório de água cinzas pode armazenar cerca de 370 mil litros.
O evento esportivo deve levar 15 mil pessoas para as instalações e, em seguida, o local poderá abrigar até 50 mil moradores. De acordo com Lopes, o ambiente foi planejado ambientalmente para levar conforto à população.
“Os critérios que adotamos estão de acordo com as mais modernas tecnologias sustentáveis. Todo o processo foi elaborado de forma a minimizar o impacto ambiental no entorno e otimizar ao máximo o processo construtivo e a utilização de recursos naturais. Temos a preocupação em ser um bairro totalmente planejado que trará benefícios para os futuros moradores”, disse.
Outras medidas também foram adotadas, como o aproveitamento da água da chuva nas áreas com jardim e a pressurização das bombas que levam água para os apartamentos. Além disso, a instalação de torneiras e chuveiros econômicos em todos os apartamentos facilitam a economia de água. “A grande estação, somada as especificações de economia de água, onde todas as torneiras e chuveiros tem controle de água gera um potencial de economizar muito grande. A reutilização da água foi uma importante preocupação nossa desde o primeiro dia do projeto”, afirmou Maurício Lopes.
Economia desde o início
A estação de tratamento de águas cinzas começou a funcionar no canteiro de obras do complexo. A instalação permite o reaproveitamento da água dos chuveiros e pias dos banheiros que atendem aos cerca de sete mil integrantes que atuam na construção. A água, após tratada, é reutilizada na irrigação de vias. A água de reuso também é utilizada nas descargas das bacias sanitárias.
"Temos um espaço com capacidade de 9 mil pessoas na obra. O projeto começou em 2012 e desde o dia 1 da construção aplicamos ações sustentaveis. Lá também é feito a reutilização da água usada para lavar os equipamentos e caminhões. Só isso gerou um grande impacto na economia", afirmou Maurício Lopes.