Conjuntura Econômica revela safra agrícola recorde no Piauí

Conjuntura Econômica e Social do 1º trimestre de 2017.

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A Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (Cepro) divulga, nesta terça-feira (08), a Conjuntura Econômica e Social do 1º trimestre de 2017. Os dados do Piauí, sobre as diversas variáveis, são comparados com o 1º trimestre de 2016 ou com outros estados do Nordeste e com o Brasil, para uma melhor análise.

Segundo o presidente da Fundação Cepro, Antonio José Medeiros, o acompanhamento da Conjuntura Trimestral é muito importante neste momento de crise, pois as repercussões dessa turbulência nacional no Piauí são divergentes, já que, em alguns aspectos, o estado é atingido por ela e em outros consegue se resguardar. “Por exemplo, os serviços públicos: água, luz e esgoto continuam crescendo. A arrecadação, apesar de uma pequena redução no fundo de participação, se manteve e, sobretudo a produção agrícola, potencializou não só a cultura do agronegócio, como a soja e o milho, mas deu uma melhorada nos outros produtos. A novidade é que, por causa da crise do ano passado, a exportação da soja foi menor e a cera de carnaúba ganhou o seu espaço, ficando em primeiro lugar na pauta”, explicou Medeiros.

O estudo mostra uma safra agrícola recorde devido ao bom inverno e à retomada da expansão da soja e do milho, por outro lado há uma queda significativa no comércio varejista, além do aumento da inadimplência no estado. Quanto às exportações, a da cera de carnaúba supera levemente a da soja. Já, o mel continua aumentando as exportações, mas a castanha do caju permanece estagnada.

IPC e emprego

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em Teresina continua caindo. Apesar de serem pequenas as quedas dos preços dos produtos, o consumidor da capital já consegue sentir a redução no bolso. O consumo dos serviços públicos oferecidos, como a energia elétrica e a água, cresceu, embora em ritmo lento. Inclusive a cobertura de esgotamento sanitário aumentou no período do estudo.

O grande desafio é fazer aumentar o número de pessoas trabalhando, já que o emprego continua em queda e durante o primeiro trimestre houve redução dos postos de trabalho no estado. “Uma grande preocupação é o comércio, isso tem a ver com a redução do poder aquisitivo, com o endividamento e com a inadimplência que está aumentando. O desemprego afeta diretamente a redução do comércio varejista e o crescimento da inadimplência. Estas questões nos desafiam a fazer políticas específicas que são conjunturais, para enfrentar onde o problema é mais grave, sobretudo a questão do desemprego”, completou Antonio José Medeiros.

O relatório apresenta todos esses dados, destacando que produtos agrícolas mais cresceram a produção, como se manifestou a queda no movimento de passageiros no aeroporto, quais os setores onde houve maior queda de postos de trabalho, quais os setores que mais contribuíram para a arrecadação e como o setor público, apesar de atingido pela crise fiscal nacional, viu crescer a arrecadação do ICMS, do FPE e do IPVA. 

Medeiros ainda ressaltou o interesse da Cepro de aprofundar mais o acompanhamento da questão do emprego e desemprego. “Os indicadores que temos valorizado e publicado, como o IDH, o Ideb, o Índice de Vulnerabilidade Social, eles são importantes, mas cobrem um período mais longo. O que precisamos é ter capacidade de acompanhar o movimento do emprego, porque ele tem uma repercussão de curto prazo e influencia os outros setores. É preciso uma análise mais apurada do desemprego. Por exemplo, como é que foi o comportamento da construção civil, que é um setor estratégico. Essa queda do comércio varejista ao lado do consumo, também influencia na situação do comércio e da prestação de serviços, que são grandes absorvedores de mão de obra na economia do Piauí”, concluiu o presidente.

A Fundação Cepro está estudando a possibilidade de uma parceria com o Etene, o escritório técnico do Banco do Nordeste, para aperfeiçoar e agilizar a análise da conjuntura. “Vamos discutir com eles a probabilidade de fazermos o acompanhamento mensal de alguns indicadores, não de todos, e emprego será um deles”, finalizou Medeiros.

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