Além da prorrogação por mais seis meses na redução de IPI para materiais de construção, a indústria da Construção Civil comemora um indicativo de crescimento em torno de 9% para o ano de 2010. O dado faz parte de uma pesquisa divulgada pela Confederação nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC).
De acordo com a pesquisa, o indicador de nível de atividade no setor da Construção Civil ficou em 53,2 pontos em fevereiro ante os 50,5 pontos de janeiro. Indicadores acima de 50 pontos revelam aumento no nível de atividade.
Os números seguem a mesma tendência de crescimento do ano passado. No Piauí, apesar da crise, a Construção Civil, que representa 6,52% do PIB do Estado, gerou mais de 700 em- pregos em um único mês.
O destaque de 2010 foram as grandes empresas. Nesse segmento, o indicador do nível de atividade esteve em 55,4 pontos. As pequenas empresas apresentaram melhora, passando de retração em janeiro (46,1 pontos) para aumento em fevereiro (52,4 pontos).
De acordo com os entrevistados, o nível de atividade em fevereiro foi maior que o usual para o mês, o que confirma o aquecimento do setor. O indicador ficou em 55,6 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos. A atividade se mostrou mais aquecida do que em janeiro, quando o indicador registrou 52,9 pontos.
A pesquisa da CNI também avaliou que a expectativa em relação ao aumento do nível da atividade nos próximos seis meses continua muito acima dos 50 pontos, mesmo tendo recuado de 68,4 pontos em fevereiro para 67,3 pontos em março.
O estudo revela ainda que os empresários planejam aumentar as compras de matérias-primas. O indicador subiu de 66 pontos em fevereiro para 66,4 pontos em março.
O presidente do Sindicato da Industria da Construção Civil de Teresina, Andrade Júnior, atribui parte desse crescimento aos programas habitacionais criados pelo Governo Federal, como o ?Minha Casa Minha Vida? e ainda ao salto dado pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) no financiamiento da casa própria para mutuários de classe média.
No total, foram investidos R$ 34 bilhões de recursos da poupança direcionados ao financiamento de 305 mil novas unidades habitacionais. Cerca de 40% do crédito em 2009 foi para a Construção Civil. Outros 17% foram para outros tipos de financiamento às pessoas físicas.
?O ano de 2009 foi um ano de grandes investimentos, tanto por parte do governo Estadual como Federal. Foi um ano muito bom para a Construção Civil, registramos um grande avanço, o que nos permite dizer que a Construção Civil tem uma parcela relevante na economia local?, afirma An- drade Júnior.