Com a forte ajuda de receitas extras, o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) registrou superávit primário (a economia para pagar os juros da dívida pública) recorde em novembro, de R$ 28,849 bilhões, segundo informou nesta sexta-feira (27) o Tesouro Nacional.
Mas o resultado veio aquém do esperado e aumenta ainda mais os riscos de a meta do ano, de R$ 73 bilhões, não ser cumprida. Segundo o Tesouro, nos onze primeiros meses do ano, a economia feita para o pagamento de juros acumula saldo positivo de R$ 62,418 bilhões. Com isso, o governo central precisa fazer um primário de mais de R$ 10 bilhões em dezembro.
O resultado recorde de novembro só foi possível devido ao reforço de R$ 35 bilhões em receitas atípicas. Foram R$ 20,4 bilhões com o Refis e mais R$ 15 bilhões com o pagamento do bônus para exploração do campo de petróleo de Libra.
Não fossem esses recursos extraordinários, o governo central teria registrado déficit primário no mês passado. Pesaram nas contas, segundo o Tesouro, o resultado da Previdência, com déficit de R$ 4,984 bilhões.
Esse cenário também aumenta ainda mais o risco de a meta ajustada de superávit primário do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e empresas estatais), de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), não ser cumprida neste ano.
Para novembro, segundo pesquisa Reuters, a expectativa dos analistas é de superávit primário de R$ 32 bilhões nesta conta.