Copa pode ter perdido R$ 800 milhões com mudanças no Orçamento

Acordo entre governo e oposição retirou emendas de Geraldo Magela.

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O relator do Orçamento da União para 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF), estima que a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, pode ter perdido investimentos de cerca de R$ 800 milhões, devido a mudanças de última hora feitas no projeto durante a votação ocorrida na noite de terça-feira (22).

Segundo Magela, os números finais do Orçamento só poderão ser fechados na quinta-feira (24). A perda a que se refere Magela acontece porque a oposição exigiu a retirada de todas as emendas do relator que fossem relativas a investimentos. Líderes de PSDB e DEM argumentavam que não seria correto o relator ter mais poder para direcionar investimentos do que bancadas regionais.

Ao todo, Magela fez mais de 2 mil emendas ao Orçamento. Por acordo, foram retiradas cerca de cem. Segundo Magela, a maior parte de suas emendas de investimento eram relativas à Copa do Mundo. Ele reservou cerca de R$ 1,2 bilhão para atender a pedidos de governadores dos estados-sede do evento de futebol.

De acordo com Magela, cerca de R$ 800 milhões deste montante seria em investimentos nas áreas de infra-estrutura, mobilidade urbana, turismo, entre outros. Os outros R$ 400 milhões seriam para gastos mais ligados a custeio, como a formação de policiais no Rio de Janeiro. “A votação foi inusitada. Foi uma invenção e um acordo aos 48 minutos do segundo tempo para conseguir votar.

Cerca de R$ 800 milhões devem ser retirados da Copa e serão distribuídos para as emendas de bancada”, disse Magela. Após a decisão política, o Orçamento está sendo agora esquadrinhado pelos técnicos da Casa para fazer as alterações finais. Por isso, Magela não sabe mensurar quanto destes cerca de R$ 800 milhões continuarão sendo usados para investimentos, ainda que em outras obras, e quanto será usado para custeio.

Pacote de bondades

Magela destacou que o Orçamento aprovado tem diversas “bondades”. Além dos recursos que permitiram a ampliação do salário mínimo e um reajuste acima da inflação para aposentados e pensionistas, o relator destacou a ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento, o reajuste de ticket-alimentação de servidores federais e a compensação a estados e municípios por incentivos a exportações. “O governo tem políticas de longo prazo. A oposição tem todo o direito de chorar, mas eu diria que o Orçamento tem um otimismo realista”, disse Magela.

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