Criação de emprego formal tem seu pior resultado para maio em 22 anos

De acordo com dados oficiais, este foi o pior resultado para meses de maio desde 1992

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O Brasil criou 58.836 empregos com carteira assinada no mês de maio, o que representa uma queda de 18,3% frente ao mesmo mês do ano passado (72.028 vagas formais), segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta terça-feira (24) pelo Ministério do Trabalho.

De acordo com dados oficiais, este foi o pior resultado para meses de maio desde 1992, quando foram abertas 21.533 empregos com carteira assinada. O Ministério do Trabalho começou a divulgar dados do tipo em 1992. O resultado do mês passado, portanto, foi o segundo pior da série histórica para meses de maio.

"Esperávamos que houvesse um crescimento maior [do emprego formal] em maio por causa da Copa, em torno de 100 mil empregos criados. Tivemos um fevereiro que talvez tenha antecipado muitos dos empregos da Copa, na medida em que precisávamos de treinamento. Os empregos da Copa têm sido elogiados pelo mundo inteiro. Isso demandou cursos de capacitação", declarou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

No ano, criação de vagas soma 543 mil

De janeiro a maio deste ano, foram criados 543.231 empregos formais, com queda de 18,8% frente ao mesmo período do ano passado, que registrou 669.279 vagas. Também é o pior resultado para os cinco primeiros meses de um ano desde 2009. No mesmo período daquele ano, as empresas contrataram 250.395 trabalhadores.

Os números de criação de empregos formais do acumulado de 2014, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de abril). Os dados de maio ainda são considerados sem revisão.

O ministro do Trabalho observou que, em maio deste ano, o governo da presidente Dilma Rousseff atingiu a marca de cinco milhões de empregos formais criados. De acordo com ele, esta marca foi superada somente pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Brasil continua na linha da geração de empregos. O Brasil, vivendo pleno emprego, não tem tantas demandas nesta área como tinha há cinco anos", afirmou.

Desempenho por setores da economia

Segundo o Ministério do Trabalho, o setor de serviços liderou a criação de empregos formais nos cinco primeiros meses deste ano, com 346.216 postos abertos, contra 304.032 no mesmo período do ano passado. O setor inclui trabalhadores como médicos, vendedores de lojas, manicures, corretores de imóveis, garçons e motoristas.

A indústria de transformação, como as refinarias de petróleo, foi responsável pela contratação de 72.280 trabalhadores com carteira assinada no mesmo período. De janeiro a maio do ano passado, a indústria abriu 175.193 vagas.

De acordo com o ministro Manoel Dias, a piora no setor industrial está relacionada com o "pessimismo" difundido pela mídia de que o Brasil não iria fazer a Copa, que os estádios não iriam ficar prontos a tempo, e que o consumo estaria diminuindo neste ano. "Criou-se uma perspectiva pessimista", disse ele, lembrando, porém, que recentemente o governo anunciou novas medidas de estímulo à atividade industrial, o que tende a melhorar as perspectivas do setor.

A construção civil, por sua vez, registrou a abertura 82.448 trabalhadores com carteira assinada de janeiro a maio deste ano, contra 127.328 vagas no mesmo período de 2013. Já o setor agrícola gerou 67.455 empregos nos cinco primeiros meses deste ano, contra a abertura de 53.595 vagas no mesmo período de 2013. O comércio fechou 55.938 vagas formais de janeiro a maio deste ano, contra 30.731 vagas fechadas nos cinco primeiros meses de 2013.

Regiões do país

Segundo números oficiais, o emprego formal cresceu em quatro das cinco regiões do país nos primeiros cinco meses deste ano. No período, a Região Sudeste abriu 302.102 empregos com carteira assinada e a Região Sul, 183.048.

A Região Centro-Oeste foi responsável pela abertura de 80.628 postos formais de emprego de janeiro a maio deste ano, enquanto que a Região Norte teve a abertura de 6.733 postos de trabalho com carteira assinada. A Região Nordeste, por sua vez, registrou o fechamento de 29.280 empregos com carteira nos cinco primeiros meses deste ano.

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