A China tem registrado nos últimos meses um número crescente de fabricantes de equipamentos solares em processo de reestruturação ou quebra, desencadeada pelo excesso de oferta e consequente guerra de preços, que causa enormes perdas financeiras e ameaça à sobrevivência de muitas empresas menores.
ONDA DE QUEBRAS
China é líder mundial do setor de energia solar e tem enfrentado uma onda de quebras diante do cenário, já que a capacidade excessiva leva os preços para abaixo dos custos de produção. A subsidiária da Zhejiang Akcome New Energy Technology pediu falência recentemente, na China, quando foi ordenada por um tribunal a realizar um processo de reorganização depois que um credor disse que o fabricante “não era capaz de pagar dívidas” e “claramente não tinha solvência”, de acordo com um registro da empresa controladora na segunda-feira (29).
Enquanto grandes empresas, como a Longi Green Energy Technology, tenham até agora sobrevivido a perdas bilionárias, paradas de produção e demissões, empresas menores têm menos maneiras de preencher as rombos financeiros.
PREJUÍZOS
Uma dessas empresas é a Zhejiang Akcome Photoelectric Technology ocorrida logo depois que outro fabricante menor, a Gansu Golden Solar, entrou em um processo de pré-reorganização no início de julho. A Akcome vem registrando prejuízos líquidos todos os anos desde 2019 e em junho teve que suspender a produção de módulos solares e células em quatro de suas subsidiárias, incluindo o braço que agora foi forçado à falência, de acordo com seus registros de ações. A Bolsa de Valores de Shenzhen encerrou a listagem da Akcome no mês passado, depois que suas ações foram negociadas abaixo de 1 yuan (US$ 0,14) por 20 dias consecutivos.
COBRANÇAS AO GOVERNO
Como medidas para reduzir as quebras, um grupo do setor solicitou ao governo que implementasse medidas para facilitar uma consolidação mais rápida, incluindo não enviar ajuda financeira a empresas que estão prestes a falir. O grupo também incentivou as grandes empresas a comprarem fábricas menores.
O Partido Comunista Chinês (PCC) prometeu suavizar o processo que permita a saída de mercado de equipamentos de produção ultrapassados e de baixa qualidade e evitar a concorrência desleal. A China “deve fortalecer o mecanismo de mercado que permite que o superior vença e o inferior seja eliminado”, disse o PCC em uma declaração online.
Com informações da Bloomberg