A crise internacional dever? afetar as decis?es por novos investimentos no pa?s, avaliou nesta quinta-feira o Ipea (Instituto de Pesquisa Econ?mica Aplicada). Para o coordenador da Carta de Conjuntura do ?rg?o, Marcelo Nonnenberg, a alta volatilidade de pre?os e de fontes de financiamento vai prejudicar, pelo menos por algum tempo, as inten?es de investidores em aplicar recursos em novos projetos no Brasil.
"A gente espera que as decis?es por novos investimentos sejam afetadas por essa crise financeira internacional, at? porque ningu?m sabe a dimens?o e quanto tempo isso vai durar", afirmou Nonnenberg, que n?o v? maiores problemas em rela??o a investimentos j? em curso ou definidos.
Sobre as fontes de financiamento, Nonnenberg destacou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econ?mico e Social) pode compensar em parte o que seria obtido no exterior, mas "n?o pode fazer milagres".
Apesar do quadro turbulento, Nonnenberg disse que nem a crise ou qualquer outro fator, como a pol?tica de eleva??o da taxa de juros, ir? impactar de forma significativa o desempenho da economia brasileira em 2008. O Ipea estima que o PIB (Produto Interno Bruto) ter? crescimento pr?ximo do teto de 5,2% projetado pelo ?rg?o no in?cio do ano.
"Nem a crise internacional e nem outro fator, como a eleva??o da taxa de juros, vai afetar de forma substancial o crescimento da economia brasileira para 2008. Todas as previs?es de crescimento est?o sendo revistas para cima, e mantemos nosso teto de 5,2%, e acreditamos que ficar? bastante pr?ximo".
Um impacto relevante que o Ipea vislumbra para o ano que vem ? sobre as exporta?es. Diante da "evidente desacelera??o da economia internacional", conforme ressaltou Nonnenberg, da queda dos pre?os das commodities no mercado internacional, o desempenho da balan?a comercial brasileira, que vem piorando nos ?ltimos tempos, dever? ser ainda mais afetado.
"As exporta?es ainda n?o foram atingidas. H? uma continuidade do dinamismo das exporta?es. No entanto, as elas v?m crescendo estimuladas pela eleva??o dos pre?os, e devemos esperar, nos pr?ximos meses, que a redu??o desses pre?os atinjam nossas exporta?es e elas comecem a cair", observou, acrescentando que a alta do d?lar pode segurar um pouco essa tend?ncia de queda das vendas externas.
A queda das commodities beneficiam, por outro lado, o controle da infla??o, que esteve bastante pressionada no primeiro semestre pela alta dos alimentos. O recente movimento de arrefecimento da infla??o, estimulado pela queda dos pre?os das commodities, dever? se manter por mais algum tempo, segundo avalia??o do Ipea.
O resultado dever? ser a infla??o pr?xima dos 6% ao final do ano, avaliou a economista do ?rg?o, Maria Andr?ia Peixoto. Nos ?ltimos 12 meses encerrados em agosto, a infla??o medida pelo IPCA (?ndice de Pre?os ao Consumidor Amplo) tem alta acumulada de 6,17%. De janeiro a agosto, a infla??o subiu 4,48%.
"O que vai nortear a infla??o at? o final do ano ? o pre?o dos alimentos", acrescentou Peixoto.