Dados do Ipea mostram que, em 13 anos, 12,8 milhões saíram da pobreza absoluta

Distribuição de renda só registrou piora no Distrito Federal.

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Quase 13 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta entre 1995 e 2008, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Pesquisas Econômicas (Ipea). Com isso, essa faixa, que considera famílias com rendimento médio por pessoa de até meio salário mínimo mensal, recuou de 43,4% para 28,8% do total da população no período.

De acordo com o Ipea, a pesquisa abrange os primeiros anos da estabilidade monetária, de 1995 a 2008, período que corresponde aos governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. A maior queda foi verificada na região Sul, onde a porcentagem da população em pobreza absoluta recuou 47,1%, de 34% para 13% do total. Com isso, a região ultrapassou o Sudeste como detentora do melhor indicador – no conjunto dos quatro estados desta região, a população em pobreza absoluta recuou de 29,9% para 19,5% do total.

Na região Nordeste, houve queda de 28,8% na taxa de pobreza absoluta. Ainda assim, 49,7% da população local vivia, em 2008, com até meio salário mínimo mensal – em 1995, essa porcentagem era de 69,8%. Pobreza extrema Também de 1995 a 2008, saíram da pobreza extrema – caracterizada pelo rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo por mês – 13,1 milhões de brasileiros, reduzindo quase à metade a taxa de pessoas nessas condições, de 20,9% para 10,5%.

A primeira versão desta reportagem apontava que 12,1 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema no período. O Ipea, no entanto, retificou a informação enviada anteriormente, para 13,1 milhões. A melhora mais significativa na taxa de pobreza extrema também foi registrada na região Sul, onde o indicador recuou 59,6%, de 13,6% para 5,5% - também a menor entre as regiões pesquisadas. No Nordeste, a pobreza extrema recuou 40,4% em 13 anos.

A queda, no entanto, não foi suficiente para tirar da região a maior taxa de pobreza extrema, de 24,5% em 2008. Em 1995, A proporção da população que vivia com até um quarto de salário mínimo era de 41,8%. Nos estados Quando considerados os estados, as maiores reduções nas taxas de pobreza nos anos analisados foram vistas em Santa Catarina (61,4%), Paraná (52,2%) e Goiás (47,3%).

Por outro lado, os estados com menor diminuição acumulada na taxa de pobreza absoluta foram: Amapá (12,0%), Distrito Federal (18,2%) e Alagoas (18,3%). Em 2008, Alagoas foi o estado que registrou a maior taxa de pobreza absoluta (56,6%), seguido do Maranhão (55,9%) e Piauí (52,9%). Em 1995, os três estados com maior taxa de pobreza absoluta eram Maranhão (77,8%), Piauí (75,7%) e Ceará (70,3%). Para o mesmo ano (1995), os estados com menor taxa de pobreza absoluta eram São Paulo (20,7%), Distrito Federal (23,6%) e Santa Catarina (29,8%).

Treze anos depois (2008), os estados com menor taxa de pobreza absoluta foram Santa Catarina (11,5%), São Paulo (12,8%) e Rio de Janeiro (18,2%). Em relação à taxa de pobreza extrema, Maranhão (53,1%), Piauí (46,8%) e Ceará (43,7%) eram os estados com maior proporção de miseráveis no país em 1995. Treze anos depois, Alagoas foi o estado da federação com a maior taxa de pobreza extrema (32,3%), seguido do Maranhão (27,2%) e do Piauí (26,1%).

Na outra ponta, os estados com menor taxa de pobreza extrema em 2008, de acordo com o Ipea, eram Santa Catariana (2,8%), São Paulo (4,6%) e Paraná (5,7%). Em 1995, os estados que registravam menor taxa de pobreza extrema eram São Paulo (7,1%), Distrito Federal (8,8%) e Rio de Janeiro (9,9%). Desigualdade de renda De 1995 a 2008, apenas o Distrito Federal registrou piora na desigualdade de renda. O índice de Gini do DF passou de 0,58 para 0,62 no período – neste indicador, quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade registrada.

Com a elevação, o Distrito Federal passou a ter a maior desigualdade de renda do país, seguida por Alagoas e Paraíba, ambos com 0,58. No estado de São Paulo, que em 1995 apresentava a melhor distribuição de renda do país, com índice de Gini em 0,53, houve melhora em 2008, para 0,50. Houve melhoras mais acentuadas, no entanto, no Amapá, para 0,45, Santa Catarina (0,46) e Rondônia (0,48), estados que, em 2008, ultrapassaram São Paulo no ranking. Trajetória da pobreza O Ipea projeta que, em 2016, o país terá superado a miséria (pobreza extrema) e reduzido a 4% a taxa nacional de pobreza absoluta.

“Mas para que essa projeção se torne realidade, os estados terão de apresentar ritmos diferenciados de redução na miséria, uma vez que registram enorme assimetria nas taxas atuais de pobrezas extremas, como se pode observar entre Alagoas (32,3%) e Santa Catarina (2,8%)”, diz o instituto em nota. Pelas projeções do Ipea, Santa Catarina e Paraná devem ser os primeiros estados da federação a superar a miséria, já em 2012, seguidos de Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais, em 2013. Para o ano de 2014, poderá ser a vez dos estados de São Paulo e Mato Grosso superarem a pobreza extrema, assim como Tocantins, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, em 2015.

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