O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (2) que o período de "crescimento fraco" da economia brasileira ficou para trás. Ele avaliou que a alta de 1,5% na produção industrial em agosto, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior desde maio deste ano, é um "bom resultado". Acrescentou que, em sua visão, o crescimento vai se acelerar e se manter nos próximos meses.
"O crescimento da produção industrial de 1,5% demonstra que já estamos com um gradual aquecimento da economia brasileira. Estamos deixando para trás a condição pior para a indústria. A indústria vem de um primeiro semestre fraco, porém, já está dando sinais de reação", declarou o ministro da Fazenda.
O Ministério da Fazenda revisou recentemente de 3% para 2% sua estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano, valor que ainda está acima dos 1,6% de expansão estimados pelo Banco Central e dos 1,57% de alta previstos pelos analistas do mercado financeiro. Em junho, o ministro chegou a classificar como uma "piada" a previsão de alta de 1,5% para o PIB brasileiro feita pelo Credit Suisse.
Demanda em alta
Segundo Mantega, há vários elementos que impulsionam a produção industrial. "Em primeiro lugar, a demanda está aumentando gradualmente. Portanto, aumento de consumo de produtos industriais, de bens de consumo duráveis, não-duráveis, etc. Em segundo lugar, a exportação de manufaturados está aumentando graças às medidas de câmbio mais favorável", disse.
De acordo com o ministro, a desoneração da folha de pagamentos, que começou a ser implementada no ano passado e que foi ampliada em 2012, também favorece a exportação, pois desonera totalmente o produto exportado. "E nós temos também a MPI [Margin Purchase Index], que é o índice dos gerentes de vendas das empresas, que aponta para uma expectativa de crescimento das vendas da indústria", afirmou ele.
Produção industrial em agosto
Os dados do IBGE sobre a produção industrial, na análise por setores, mostram que 20 dos 27 ramos registraram aumento na produção, com destaque para o de veículos automotores, que subiu 3,3%, puxado pelo crescimento na produção de automóveis. Essa é a terceira alta positiva seguida.
Também tiveram influência sobre o resultado de agosto as altas das produções dos setores de alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%).
Na contramão, entre os ramos que reduziram a produção está o de setores de máquinas e equipamentos (-2,6%).
Na análise entre as categorias de uso, a de bens de consumo duráveis cresceu 2,6%, representando a maior alta no mês e acumulando alta de 9,4%. O segmento de bens intermediários cresceu 2,0% e o de bens de consumo semi e não duráveis, 1,2%. O setor produtor de bens de capital mostrou alta de 0,3% em agosto.