O desemprego dobrou no Brasil. Além disso, a inflação, que oficialmente está acima de 10%, dispara sobre o preço dos alimentos, que atinge 40% em 2021. Os efeitos são devastadores e as pessoas recorrem de ossos e sobras de açougue à caminhões de lixo para sobreviver. O sobrepreço dos gêneros alimentícios afeta diretamente as classes menos favorecidas.
O aumento do preço dos alimentos está diretamente ligado ao preço dos combustíveis, na maioria dos casos. Para que o alimento circule no país, é necessário óleo diesel nos caminhões, pois a malha viária brasileira é, essencialmente, de asfalto. Um problema que mostra muitos outros do país, como a ausência do fortalecimento das vias ferroviárias.
O ponto é que o desemprego é a grande mazela que coloca a população mais pobre ainda mais no limbo da busca por dignidade. A taxa de desocupação entre os brasileiros mais humildes disparou para 21%. O resultado é uma forte redução no poder de compra, afetando também o setor de comércio e serviços.
A pandemia do novo coronavírus impulsiona o processo, que é acentuado em razão de conflitos políticos que não permitem a mão do Estado Brasileiro para qualquer interferência nos preços. No caso do combustível, a política de cobrança em cima da cotação do dólar foi determinante para os preços mais altos que nunca.
A taxa selic, um indicador que poderia freiar a inflação, já chega a quase 8%, colocando na mão do consumidor o desespero econômico brasileiro. Enquanto isso, retorna com força total a fome e a falta de perspectivas, sobretudo para os mais pobres.