A ata considerada mais "dovish" do último encontro de política monetária do Federal Reserve afetou a trajetória do dólar no exterior e no Brasil. A moeda norte-americana, que vinha operando em alta, acabou virando para baixo depois do documento e renovou as mínimas da sessão. Terminou em baixa de 0,32%, a R$ 2,1980, o menor patamar desde 30 de outubro passado (R$ 2,1950).
No geral, o documento mostrou que quase todos os membros foram favoráveis à atualização das diretrizes futuras da instituição e que a maioria dos membros do comitê foi a favor de abandonar gatilhos e adotar diretriz qualitativa. A maior parte dos integrantes do comitê acredita que o inverno rigoroso prejudicou a atividade no primeiro trimestre. A leitura do mercado é de que a política monetária deve permanecer acomodatícia, afastando receios de que um aumento nos juros poderia acontecer já no início de 2015.
A trajetória de baixa da moeda americana era notada pela manhã, mas o IPCA acima da mediana das projeções do mercado e perto do teto das estimativas acabou trazendo viés de alta para o dólar, que se consolidou com o resultado do fluxo cambial da primeira semana de abril.
Segundo o IBGE, o IPCA de março foi de 0,92%, ante 0,93% no teto das apostas do mercado. Já o BC informou que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 1,899 bilhão em abril até dia 4. As operações financeiras responderam por uma saída líquida de US$ 1,786 bilhão, diferença entre entradas de US$ 7,636 bilhões e saídas de US$ 9,422 bilhões. No comércio exterior, o saldo foi negativo em US$ 113 milhões, com importações de US$ 3,688 bilhões e exportações de US$ 3,575 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 520 milhões em ACC, US$ 1,399 bilhão em PA e US$ 1,656 bilhão em demais entradas.
No acumulado do ano até 4 de abril, o fluxo está positivo em US$ 159 milhões, sendo positivo em US$ 1,330 bilhão no financeiro e negativo em US$ 1,171 bilhão no comercial. No mesmo período de 2013, o fluxo total estava negativo em US$ 943 milhões.
O giro melhorou um pouco à tarde, mas ficou ainda abaixo da média. No mercado futuro, entretanto, o volume está bastante consistente, acima do normalmente registrado. O dólar para maio era negociado em baixa de 0,20%, a R$ 2,2105.