A moeda americana iniciou a semana mantendo a trajetória de alta e atingiu o maior patamar desde maio de 2009 após se valorizar 1,4% e encerrar esta segunda-feira (21) cotada a R$ 2,046. Em 18 de maio de 2009, o dólar encerrou a R$ 2,076.
No ano, o dólar acumula valorização de 9,5%. No mês de maio, a alta é de 7,3%.
O mercado vem testando o patamar de R$ 2 do dólar, alcançado na semana passada, o que começa a ser visto com contornos de especulação no mercado. Segundo operadores, houve um movimento especulativo em busca de verificar se o Banco Central voltaria a atuar. Na sexta-feira, o BC fez um swap cambial tradicional após a moeda ter subido mais de 2% e ter atingido R$ 2,05 durante as negociações. O swap cambial tradicional é um acordo de troca de contrato de moedas por cotações diferentes.
Na semana passada, o dólar foi pressionado pela instabilidade na zona do euro, especificamente por preocupações em relação à manutenção do euro pela Gréciae a saúde dos bancos espanhóis.
Atuação
Com a valorização do dólar, a atuação do governo sobre a moeda continua, mas mudou de direção. Se antes se caracterizava pela compra de moeda com o objetivo de elevar a cotação, no fim da semana passada buscou reduzir a valorização. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu a atuação sobre o câmbio, nesta segunda-feira (21), ao afirmar que a instituição vai entrar no mercado para "fazer com que ele funcione adequadamente".
?O Banco Central tem instrumentos para fazer com que o mercado de câmbio, nos seus diversos segmentos, funcione dentro da normalidade. Sempre que nós identificarmos disfuncionalidade neste mercado ? não é o câmbio andando temporariamente porque houve um agravamento da situação internacional, isso faz parte do regime ?, mas, naturalmente, neste processo, pode haver disfuncionalidade, e o Banco Central, o que nós temos dito, é que nós entraremos nestes mercados para fazer com que eles funcionem adequadamente", afirmou em Tombini em evento realizado em São Paulo. Ele disse ainda que o dólar é a primeira linha de defesa em cenário de maior incerteza internacional.