O dólar fechou em alta de pouco mais de 1% frente ao real nesta segunda-feira, 8, mesmo com um leilão do Banco Central e o cenário mais otimista nos mercados globais. A moeda norte-americana fechou na cotação máxima do dia, de R$ 2,50, com avanço de 1,05%.
Nos primeiros negócios, o dólar chegou a cair quase 2% seguindo o otimismo disseminado pelos mercados a partir da expectativa de um pacote de investimento do governo dos Estados Unidos em infra-estrutura e de ajuda a montadoras. Às 16h55, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 6,91%, aos 37.790 pontos, enquanto em Nova York o Dow Jones subia 2,45% e o Nasdaq 2,95%.
Na segunda parte da sessão, entretanto, o mercado de câmbio reverteu a tendência, dando margem para a realização de um leilão de venda de dólares pelo Banco Central. "Acho que o mercado estava chamando o BC", afirmou o diretor de câmbio de uma corretora em São Paulo que preferiu não ser identificado.
Analistas têm apontado como principal causa da forte volatilidade apresentada pelo mercado de câmbio nos últimos dias uma espécie de "disputa" entre investidores e BC, num contexto de saída de recursos.
"Tem um componente bastante forte: os investidores estrangeiros, que apresentam uma posição muito elevada apostando no dólar pressionado", observou Hélio Ozaki, gerente de câmbio do banco Rendimento.
Segundo os dados mais recentes atualizados pela BM&F, os investidores estrangeiros sustentavam mais de 13 bilhões de dólares em posições compradas no mercado futuro de dólar. Na prática, essa exposição significa uma aposta na alta da moeda norte-americana.
Ainda nesta segunda-feira, o Banco Central realiza uma pesquisa de demanda para a realização de um eventual leilão de contratos de swap cambial na terça-feira, com o objetivo de rolar um lote de contratos que expira no início de janeiro.