O dólar fechou nesta sexta-feira (11) a R$ 2,1779 na venda, com leve queda de 0,17%, apesar de pequenos fluxos de saída de divisas. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,1745 e a máxima de R$ 2,1885.
A sessão de hoje foi marcada por pequeno volume de negócios, com investidores cautelosamente otimistas sobre as negociações para evitar um calote dos Estados Unidos.
Contribuiu para a tranquilidade do mercado de câmbio a atuação constante do Banco Central brasileiro, que concluiu mais um leilão semanal de linha e anunciou outro ? mas de swap cambial tradicional ? para a próxima segunda-feira (14).
O volume de negócios ficou em apenas 825 milhões de dólares, segundo dados da BM&F. O diretor de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, disse que investidores aproveitaram a menor cotação da moeda pra pagar dívidas no exterior.
? Alguns (investidores) aproveitaram a cotação do dólar (menor) para pagar dívida lá fora. Por isso, houve algum fluxo de saída que acabou segurando uma queda maior (na cotação).
Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,5%, mantendo-se abaixo do patamar de R$ 2,20 e no menor nível em quase quatro meses.
Apenas na sessão anterior, o dólar recuou mais de 1% devido à expectativa de mais entradas de dólares no país após a indicação dada pelo BC de que a Selic pode subir a 10% no próximo mês, mais do que analistas inicialmente esperavam. O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, disse que os juros maiores prevaleceram no resultado.
? O que prevalece (no mercado de câmbio) é a situação de ontem, com a perspectiva de juros maiores e os leilões do BC.
Na noite de quarta-feira, o BC elevou a Selic em 0,5%, a 9,5% ao ano, e sinalizou que deverá manter o atual ritmo de aperto monetário para combater a inflação. A decisão deve levar a taxa a dois dígitos, tornando os ativos brasileiros mais atrativos no mercado global.
As atuações do BC também têm influenciado o mercado de câmbio. Nesta manhã, o BC vendeu a oferta de linha nos dois leilões de até US$ 1 bilhão, com datas de recompra em 2/1/2014 e 2/7/2014.
O BC também anunciou para segunda-feira (14) um leilão de 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 5 de março de 2014. O leilão ocorrerá entre as 9h30 e 9h40, com resultado a partir das 9h50.
De acordo com os estrategistas do BNP Paribas Thiago Alday e James Z Hao, o BC já vendeu 57,5 bilhões de dólares em swaps cambiais desde maio, a uma Ptax média de US$ 2,2606.
Segundo eles, com uma oferta adicional de cerca de US$ 6 bilhões em swaps prevista para este mês, o mercado começa a se perguntar quando o BC pode interromper a intervenção cambial.
? Nós acreditamos que uma taxa de câmbio abaixo de R$ 2,15 provavelmente pode levar a autoridade monetária a reconsiderar as vendas de dólares. E, se nada for feito, é provável que haja forte queda em direção a R$ 2,10 por questões técnicas, devido à forte posição comprada em derivativos.
No cenário externo, os investidores ainda continuavam cautelosos com os desdobramentos da crise fiscal dos Estados Unidos, à espera de possível acordo entre democratas e republicanos para por fim à paralisação parcial do governo norte-americano e elevar o teto da dívida do país até a semana que vem, evitando calote.
Um cenário mais otimista, no entanto, ajudava a aliviar a pressão sobre a divisa norte-americana. Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou interesse em elementos do plano republicano para estender o limite da dívida pública federal e reabrir o governo, mas "não o endossou", segundo a senadora republicana Susan Collins. Battistel, da corretora Fair, afirmou:
? A próxima semana será decisiva e os mercados reagirão a cada informação.