Depois de abrir em alta no pregão desta segunda-feira (2), o dólar virou e passou a apresentar desvalorização, com um cenário externo dividido após a Finlândia informar que irá impedir que o fundo de resgate permanente da zona do euro compre títulos governamentais nos mercados secundários.
Perto das 15h04 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava queda de 1,08%, para R$ 1,9880. A última vez em que o dólar fechou abaixo de R$ 2 foi em 29 de maio, quando a moeda terminou o dia vendida a R$ 1,986.
Na sexta-feira, o dólar fechou em forte queda, após a definição de um acordo entre os líderes europeus e leilões do Banco Central, mas acumula valorização de 7,56% no primeiro semestre do ano.
Nesta sexta, a moeda caiu 3,2%, para R$ 2,01, diante da melhora do sentimento no exterior após líderes da zona do euro anunciarem medidas para combater a crise da dívida da região e dos leilões de swap cambial tradicional realizados nos últimos dois dias pelo Banco Central. É a menor cotação desde 8 de junho, quando a moeda fechou a R$ 2,02. Na semana, o dólar caiu 2,66% e no mês de junho, 0,38%.
Segundo profissionais do mercado, o movimento desta segunda-feira reflete entradas de recursos, cujo efeito é potencializado pela liquidez menor. Expectativas de mais ingressos à frente e a avaliação de que o Banco Central não deixará o dólar subir muito também jogam contra a moeda americana nesta sessão.
Nesta manhã, foi divulgada a pesquisa Focus, do Banco Central, confirmando uma nova rodada de queda das projeções para atividade e inflação. Mesmo com ações do governo anunciadas na última semana para estimular a economia, a mediana das projeções para o crescimento do PIB em 2012 recuou de 2,18% para 2,05%, abaixo da estimativa do Banco Central de uma expansão de 2,5%, segundo o último Relatório de Inflação.
Exterior
Os dados do exterior parecem ter definido a tendência dos mercados nesta segunda-feira - para baixo. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) para o setor industrial dos Estados Unidos, por exemplo, recuou de 53,5 pontos em maio para 49,7 pontos em junho e ficou bem abaixo dos 52,0 pontos esperados. No lado positivo, os gastos com construção nos EUA subiram 0,9% em maio, atingindo o nível mais alto em quase dois anos.
Esses indicadores dos EUA foram divulgados em uma sessão em que dados de outras partes do mundo já trouxeram decepção. É o caso do PMI industrial da China, que recuou de 48,4 pontos em maio para 48,2 pontos em junho.
Na zona do euro, o PMI industrial permaneceu em 45,1 pontos em junho, ainda distante da marca de 50 pontos, que separa contração de expansão da atividade. Outro dado desfavorável na região foi o aumento da taxa de desemprego, de 11% em abril para 11,1% em maio.
Bolsas
Acompanhando Wall Street, a reação ao dado industrial americano foi imediata na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e o Ibovespa aprofundou as perdas pela manhã. Porém, mais tarde, começou a subir. Às 14h41, o Ibovespa apontava alta de 0,06%.
Na Europa, ainda sob efeito da euforia de sexta-feira após a cúpula de líderes europeus, os índices de ações se mantiveram em campo positivo. As ações europeias atingiram nesta segunda-feira (2) maiores patamares de fechamento em dois meses, com investidores reforçando as reduzidas carteiras, num movimento de antecipação a mais medidas de autoridades após o acordo anticrise que líderes da União Europeia (UE) anunciaram na semana passada.